Catorze distritos a norte do Tejo, incluindo Portalegre, entraram este domingo em estado de alerta, até às 23h59 de terça-feira, devido às previsões meteorológicas de “significativo agravamento” do risco de incêndio.

Além de Portalegre, a medida abrange os distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Lisboa, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

A declaração da situação de alerta foi anunciada na sexta-feira pela secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, numa conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Lisboa.

Na altura, Patrícia Gaspar disse que “é expectável que o risco de incêndio vá aumentar”, considerando as previsões meteorológicas de “aumento da temperatura, redução dos níveis de humidade relativa e aumento do vento”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Face às previsões adversas, a Proteção Civil acionou para os mesmos distritos o estado especial de alerta laranja, o segundo mais grave numa escala de quatro.

Nas últimas horas, de acordo com informação da ANEPC, entre as ocorrências de incêndios rurais a mobilizar mais meios de combate, destaca-se um fogo em Vinhais, no distrito de Bragança, que deflagrou na sexta-feira, pelas 22h30, que se mantinha ativo na noite de sábado, com a presença de mais de 150 operacionais e 45 viaturas.

Apesar de se encontrar em resolução, sem perigo de propagação para além do perímetro já atingido, o incêndio que deflagrou no sábado, pelas 14h10, em Manteigas, no distrito da Guarda, mobilizava ao fim da noite 125 operacionais e 42 meios terrestres.

No âmbito do anúncio da declaração da situação de alerta, a secretária de Estado da Administração Interna alertou que as previsões meteorológicas apontam para “um período em que qualquer ignição, qualquer faísca, junto do espaço rural, pode efetivamente propiciar uma ocorrência de grandes dimensões”.

“Tolerância zero ao uso do fogo”, avisou Patrícia Gaspar, lembrando que a situação de alerta traz um conjunto de proibições e de restrições, como a circulação e permanência nos espaços florestais e “são totalmente proibidas queimas e queimadas, assim como fogo-de-artifício, trabalhos nos espaços rurais e nos espaços florestais, sobretudo com maquinaria”.

A situação de alerta implica ainda o reforço da prontidão dos meios e dos agentes que participam nas operações de prevenção e combate a incêndios rurais e “a ativação das estruturas de coordenação, quer de nível nacional, quer nos distritos onde esta declaração se aplica”, indicou a governante.

“Estamos com todo o dispositivo preparado para responder a eventuais situações”, assegurou Patrícia Gaspar.

Segundo o comandante operacional nacional da ANEPC, Duarte da Costa, além do estado especial de alerta laranja para todos os distritos a norte do rio Tejo, incluindo Portalegre, vão estar em estado de alerta especial amarelo os restantes distritos do território continental, designadamente Setúbal, Évora, Beja e Faro.

“Decorrente da declaração de situação de alerta que foi emitida pelo Governo, o aviso é perfeitamente taxativo: não é permitido usar fogo dentro dos espaços rurais”, frisou Duarte da Costa.

Em situação de alerta é proibida a realização de queimas e queimadas e o uso de fogo de artifício ou de outros artefactos pirotécnicos, e são proibidos o acesso, a circulação e a permanência em espaços florestais “previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios”.

Também não são permitidos trabalhos florestais e rurais com equipamentos elétricos como motorroçadoras, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal.