O comentador político da SIC, Marques Mendes, considerou este domingo que a decisão de António Costa de integrar o quadro de honra de Luís Filipe Vieira, que se vai recandidatar à presidência do Benfica, foi “um erro de palmatória”. Um político em funções, seja um deputado, um presidente de câmara ou um ministro não pode fazer isto, diz. “Passa a ideia de promiscuidade entre política e futebol”, defendeu

“Nao consigo perceber como é que António Costa fez uma coisa destas”, disse.

Marques Mendes considera mesmo que Costa se vai arrepender deste erro, “e não vai demorar muito”.  Por outro lado, este é um erro que, do seu ponto de vista “é fruto de duas coisas: arrogância e impunidade”. O que não é bom.

Ainda sobre Costa, mas desta vez em relação à candidatura de Ana Gomes à Presidência, anunciada esta semana, Mendes afirmou que o líder do PS nada disse sobre esta decisão porque Ana Gomes o “irrita”. Segundo ele, Ana Gomes é uma boa candidata com currículo, com história política e coragem que tem como objetivo impedir a reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa à primeira volta e ser a vencedora à esquerda. No entanto, do PS quem votará nela será quem não gosta de Costa.

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“O PS vai fazer o que o PSD fez há 30 anos com Cavaco– dar liberdade de voto”, defendeu, explicando que na prática significa que haverá uma boa parte do PS a votar em Marcelo, tal como há 30 anos houve uma boa parte do PSD a votar em Soares.

E o resultado vai trazer consequências a André Ventura, que nas contas de Marques Mendes perde votos para os candidatos de esquerda.

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Devedores do Novo Banco deviam ser divulgados como no Fisco

Outro dos temas da semana foi a auditoria ao Novo Banco. Para o comentador político ficou por saber quem são, afinal, os grandes devedores, “os grandes caloteiros da pior espécie?”.  Já o tinha dito aquando do caso da CGD. E voltou agora a dizê-lo. Mendes considera mesmo imoral o que se está a passar, porque havendo um banco direta ou indiretamente financiado pelo Estado, os seus grandes devedores devem ser do conhecimento público.

Mendes considera que o país deve saber quem deu origem a “buracos de milhões” e quem obrigou o Estado a “meter lá outros milhões para tapar buracos e evitar a falência”. E defende também que ao invocar o sigilo bancário se está a proteger o infrator, lembrando que nas dívidas ao Fisco, os nomes são divulgados pela internet.

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Marques Mendes defende uso de máscara na rua em casos de ajuntamentos

Uma palavra ainda para as novas medidas para impedir a propagação do novo coronavírus. Marques Mendes lembra que por muitas medidas que sejam tomadas, os comportamentos de cada um terão que ser adaptados às circunstâncias, considerando que há muitas gente “à beira de um ataque de nervos”.

“É muito provável uma segunda vaga, mas ela ainda pode ser evitada” Como? Reduzir os contactos que tínhamos antes a metade e a menos de 30% nas escolas”, disse, apoiando-se na opinião dos epidemiologistas.

Marques Mendes defende o uso de máscara em ajuntamentos na rua e diz mesmo que o Governo devia ter declarado o estado de calamidade, e não o de contingência — uma vez que os números de infetados estão ao nível do período do confinamento. “Acho que foi tudo feito em cima dos joelhos”, disse, referindo-se às medidas anunciadas esta semana e que entram em vigor  na terça-feira.

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