A Volkswagen está a ultimar o seu primeiro SUV eléctrico, o ID.4, que promete, entre muitas outras características, uma capacidade de carga superior ao normal. De acordo com a marca alemã, aquele que será o seu segundo veículo eléctrico, depois do ID.3, será capaz de puxar reboques de 1900 kg, se equipados com travões.

Sabe-se já que o ID.4 iniciará a fase de reservas a 24 de Setembro, prometendo mais espaço interior do que o ID.3, especialmente em comprimento, altura e volumetria da bagageira. Mas, mais do que isso, tem a capacidade de rebocar 1900 kg, um valor bastante elevado quando comparado com os 2250 kg de um Model X, o SUV topo de gama da Tesla, muito maior e mais potente. Só como termo de comparação, o Jaguar I-Pace, também ele maior e mais possante do que o  ID.4, não ultrapassa os 750 kg.

A VW ainda não revelou quais as especificações do ID.4 em causa, se possui dois motores e tracção integral ou apenas um e tracção traseira, e muito menos qual a capacidade da bateria em causa. Resta saber qual o efeito que a capacidade de puxar 1900 kg pode ter na autonomia do veículo, que aponta para cerca de 500 km se equipado com a bateria de 82 kWh.

Model X pode rebocar? E quanto perde de autonomia?

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À semelhança do que acontece nos modelos equipados com motores de combustão, também os eléctricos vêem o consumo disparar sempre que puxam um reboque de peso mais generoso. Num comparativo realizado entre um Model X e um Toyota Land Cruiser VX, sendo este jipe japonês um dos melhores do mercado na arte de puxar, tornou-se evidente que os eléctricos a bateria perdem mais autonomia do que os modelos equipados com motores convencionais a combustão. Perante a necessidade de rebocar uma rulote com 1746 kg durante um percurso de 160 km, o Tesla viu o consumo aumentar de 21,4 kWh/100 km para 43 kWh, um incremento de 101%.

Enquanto isto e perante a mesma solicitação, o jipe da Toyota apenas elevou o consumo de 11,1 l/100 km para 18,1, a que corresponde um aumento de 63%. De recordar que o modelo nipónico montava um motor 4.2 V8 turbodiesel com 272 cv, alimentado por um depósito de 93 litros, enquanto o norte-americano recorria a dois motores eléctricos com um total de 525 cv, alimentados por bateria de 100 kWh. Quer isto dizer que, para um peso tão elevado a rebocar, é melhor contar com o dobro do consumo, ou seja, metade da autonomia.