Quatro pessoas ficaram feridas durante um desabamento do teto de parte de uma galeria entre a estação de metro de São Sebastião e a Praça de Espanha, em Lisboa, segundo avançou inicialmente a TVI e confirmou o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP ao Observador. O alerta do incidente que assustou os passageiros foi dado cerca das 14h30. Há vários meses que decorrem obras no local. A Câmara de Lisboa assumiu, através do Twitter, que o acidente se deveu a “um erro técnico” na obra que está a fazer naquela zona da cidade e “não é uma questão de problemas de manutenção” do metropolitano.

A atualização do número de feridos (inicialmente foi avançado que seriam dois feridos) foi feita ao Observador pelo INEM, que acrescenta que dos quatro feridos, dois foram transportados ao hospital Santa Maria. Segundo Carlos Castro, da Proteção Civil de Lisboa três dos feridos mostravam sinais de ansiedade e o quarto seria o segurança que partiu o vidro da carruagem para os passageiros saírem, tendo cortado o braço.

Uma passageira ouvida pela CMTV conta que viu terra a cair, que o comboio parou e que várias pessoas caíram na carruagem onde se deslocava, antes de saírem.

Carlos Castro esclareceu ainda que já foi aberto um “inquérito para apurar responsabilidades” e confirmou “um a dois dias de encerramento” na zona, devido ao “desabamento da laje do metropolitano”. Segundo apurou ao Observador, a CML tem a indicação que o desabamento se deu na durante retirada de uma conduta de saneamento que não foi bem feita.

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No local do acidente, o presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos, explicou que no decorrer das obras da Praça de Espanha, “ao demolirem parte da estrutura de betão armado, furaram a galeria, que já é muito antiga, danificando o comboio que estava no momento a passar”.

A “abóbada do metro terá de ser reforçada”, adiantou, explicando que a estrutura “é uma mistura de pedra e betão, uma mistura frágil, com cerca de 50 anos”.

Nos próximos dias, uma equipa coordenada pelo LNEC (o Laboratório Nacional de Engenharia Civil) vai executar uma obra rápida, com uma solução provisória, para que o metro possa voltar a circular. E isto porque a circulação da linha azul foi interrompida pelas 14h23, segundo informação divulgada pelo metro de Lisboa, na sua página na internet, logo depois do desabamento.

A circulação entre a Amadora e as Laranjeiras está a funcionar, mas entre esta estação e o Marquês de Pombal vai manter-se interrompida durante um ou dois dias, pelo que a CML vai reforçar a oferta da Carris entre duas estas zonas da cidade.

Vice-presidente da Câmara de Lisboa diz que “erro” em obra do município provocou desabamento

Depois do acidente, o vice-presidente da Câmara de Lisboa veio logo assumir que “a responsabilidade daquilo que aconteceu no túnel do metro é de uma obra do município e, portanto, há um erro que tudo indica que tenha sido do empreiteiro, mas pode ter sido do projeto – estamos a avaliar – que causou este problema no túnel do metro”, disse o vereador João Paulo Saraiva, durante a reunião da Assembleia Municipal, que decorreu esta tarde por videoconferência.

Segundo  Saraiva, a responsabilidade direta não é da autarquia, embora seja a Câmara de Lisboa que é “a dona da obra”. “Foi claramente um problema de uma obra, de um conflito entre o já existente e a nova obra que não devia ter acontecido, estamos a avaliar porque é que aconteceu”, salientou ainda.

As obras do novo Parque Urbano da Praça de Espanha começaram a 13 de janeiro e deverão estar concluídas este ano.