Os chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) reúnem-se entre esta quinta-feira e sexta-feira em Bruxelas para tentar chegar a acordo sobre a aplicação de sanções aos repressores na Bielorrússia, num processo bloqueado por Chipre.

[frames-chart src=”https://s.frames.news/cards/parlamento-europeu-2019/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”1024″ slug=”parlamento-europeu-2019″ thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/parlamento-europeu-2019/thumbnail?version=1595250662400&locale=pt-PT&publisher=observador.pt” mce-placeholder=”1″]A aplicação de sanções à Bielorrússia – na sequência da repressão no país à onda de protestos contra a reeleição do Presidente, Alexander Lukashenko – deverá ser um dos assuntos dominantes neste Conselho Europeu extraordinário que arranca esta quinta-feira.

Após a ‘luz verde’ dada pelo Conselho da UE em agosto passado, a lista de medidas restritivas relativamente à Bielorrússia tem de ser formalmente aprovada por unanimidade para ficar em vigor, processo que o Chipre está a bloquear por exigir medidas semelhantes contra a Turquia, dada a crise do Mediterrâneo oriental.

Numa altura de tensão em Minsk, caberá aos líderes europeus acordar sobre estas sanções à Bielorrússia, num processo negocial que várias fontes europeias anteveem como longo.

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As mesmas fontes frisam que caberá ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, salientar o apoio incondicional da UE a Chipre e à Grécia relativamente às investidas da Turquia, esperando-se que, através da via diplomática e da promessa de um reforço de sanções a Ancara, Nicósia ceda e aprove as medidas restritivas para a Bielorrússia.

As presidenciais de 09 de agosto na Bielorrússia deram a vitória a Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, o que é contestado pela oposição e não é reconhecido pela UE.

Nesta cimeira europeia, que foi adiada por uma semana devido ao isolamento de Charles Michel por ter tido contacto com um funcionário infetado com covid-19, grande parte dos assuntos estarão também relacionados com a crise do Mediterrâneo oriental.

As tensões entre Ancara e Atenas e Nicósia têm vindo a subir de tom devido às perfurações ilegais turcas nas zonas económicas especiais da Grécia e do Chipre, reclamadas pela Turquia.

[frames-chart src=”https://s.frames.news/cards/eleicoes-na-turquia/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”746″ slug=”eleicoes-na-turquia” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/eleicoes-na-turquia/thumbnail?version=1585852525230&locale=pt-PT&publisher=observador.pt” mce-placeholder=”1″]”O nosso objetivo é criar um espaço para um diálogo construtivo com a Turquia para alcançar a estabilidade e segurança em toda a região e assegurar o pleno respeito pela soberania e direitos soberanos de todos os Estados-membros da UE. Isto só será possível se a Turquia se empenhar de forma construtiva”, argumenta Charles Michel no convite para a cimeira enviado aos líderes europeus.

O Conselho Europeu extraordinário arranca esta quinta-feira pelas 15:00 (hora local, menos uma em Lisboa), devendo prolongar-se até sexta-feira à tarde.

Antes do arranque oficial dos trabalhos, neste primeiro dia da cimeira, Charles Michel terá reuniões bilaterais em Bruxelas, uma das quais com o primeiro-ministro português, António Costa, pelas 09:15 (menos uma hora em Lisboa).

Entre outras questões que serão também abordadas ao longo destes dois dias de trabalhos a escalada de tensões em Nagorno-Karabakh, o impasse nas negociações pós-Brexit e ainda a recuperação económica após a crise gerada pela pandemia de covid-19.