O boletim diário da DGS deste sábado, com valores relativos a sexta-feira, confirma a tendência de aumento dos novos casos de infeção: pelo quarto dia consecutivo houve um aumento superior a 2 mil casos. Foram mais 2.153 novos casos de infeção, a maior fatia no Norte do país e também na região de Lisboa e Vale do Tejo — um aumento ainda assim menor do que o que se tinha verificado no dia anterior, quando se registou um recorde de mais 2.608 novos casos de infeção no país. Morreram mais 13 pessoas, menos oito do que as que tinham morrido ontem, quando o boletim diário deu conta de mais 21 mortes.
Ainda assim, o número de internados nas enfermarias dos hospitais registou uma ligeira redução — menos uma pessoa internada — estando agora 1.014 pessoas a receber tratamento hospitalar. O número máximo de doentes internados que Portugal já registou foi a 16 de abril, quando estavam internadas 1.302 pessoas.
Mas não é só o número de doentes em enfermaria que se aproxima do pico da pandemia, também o número de doentes internados em Cuidados Intensivos caminha para lá. Os dados mais recentes apontam para mais 4 pessoas nesta situação, o que eleva o total para 148 doentes internados em estado considerado grave. Este número não era tão alto desde 2 de maio, altura em que estavam 150 pessoas nos cuidados intensivos. O pico, contudo, já tinha ocorrido a 7 de abril, quando havia 271 pessoas internadas nos cuidados intensivos dos hospitais portugueses.
Em termos de concentração geográfica das novas infeções, continua a ser o Norte a ter mais casos. As 1.124 infeções confirmadas na região representam 52,2% do total do país, sendo que no Norte já se registaram 38.281 casos de infeção desde o início da pandemia. Já Lisboa e Vale do Tejo — que abrange o distrito de Lisboa e parte dos distritos de Setúbal, Santarém e Leiria — tem 781 novas infeções confirmadas, ou 36,3% do total do país (num total de 47.027 desde que começou a pandemia).
Das 13 mortes registadas nas últimas 24 horas, seis ocorreram no Norte, cinco na região de Lisboa e Vale do Tejo, e os outros dois óbitos dividem-se entre Alentejo (1) e Algarve (1).
As mortes contudo estão a ser mais raras face ao número de novos casos, o que pode significar que a pandemia está mais controlada nas camadas etárias mais idosas e está mais descontrolada nas faixas etárias mais jovens. Daí que a taxa de letalidade global (percentagem de mortes face ao total de casos) esteja a atingir recordes mínimos, estando neste momento nos 2,20%.
Desde 31 de março que a taxa de letalidade não era tão baixa (dia 31 de março era 2,15% e dia 1 de abril era 2,27%). Ainda que falte um dia para terminar a semana, já se pode dizer que a taxa de letalidade diminuiu significativamente face à semana passada, em que a média rondou os 2,4%.
Os números dos recuperados também estão a atingir recordes, no bom sentido. Se já ontem tinham recuperado da doença 985 pessoas em 24 horas, tendo sido esse o maior número desde um acerto que foi feito na forma de contabilizar os dados a 24 de maio, este sábado o recorde é ainda maior: mais 1.853 recuperados em 24 horas. Nunca o número tinha sido tão alto.
Embora o número de recuperados não tenha sido superior ao de novos casos, é o maior número de doentes dados como recuperados da doença em 24 horas, depois do acerto realizado no boletim de 24 de maio, quando os números foram atualizados em 9.844 recuperados devido a uma alteração na metodologia de contagem.
No total, recuperaram da doença 57.919 pessoas desde o início do surto, havendo ainda 37.974 casos ativos (ou seja, a diferença entre o total de infetados e os que morreram e os que se recuperaram da doença).