O volume de créditos sob moratória, que segundo o Banco de Portugal em meados de junho era de 39 mil milhões de euros, já ascendeu a 44 mil milhões, disse o secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, ao jornal Eco. O governante diz que “a todo o custo” as autoridades vão tomar medidas para evitar uma retirada de apoios “súbita e dramática”.

“A moratória legal anda na casa dos 37 mil milhões de euros e é substancialmente superior à moratória privada que anda na casa dos 7 mil milhões. Estamos a falar de stock de crédito”, indicou João Nuno Mendes ao Eco, acrescentando que “o peso relativo dos particulares é sensivelmente um terço do total e as empresas representam dois terços. Estes são os números em termos globais”.

O governante lembra que “de acordo com a Autoridade Bancária Europeia, as moratórias andavam com um prazo entre seis e 12 meses. Nós levamos até 18 meses, mas achamos que tomámos uma decisão que posteriormente o Banco Central Europeu (BCE) veio dar sinais aos vários países europeus de que esse era o caminho: não tirar os apoios demasiado cedo, abrindo o que se chama de cliff edge, ou seja, o precipício económico”.

Gerar momentos de cliff edge, em que criamos o precipício por tirarmos os apoios de forma súbita e dramática, é aquilo que se tem de evitar a todo o custo”, diz João Nuno Mendes.

Quanto à banca, e depois de o Conselho das Finanças Públicas ter alertado para o risco relacionados com as moratórias bancárias, “naturalmente que é fundamental estarmos atentos aos riscos”. “A banca tem de estar conhecedora dos riscos de cada um dos seus clientes, caso a caso. Cada um tem de fazer o seu trabalho de casa. Um apoio desta magnitude, no nosso entender, justificava-se pelo impacto brutal que estamos a sofrer na economia”, conclui o responsável.

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