O município de Miranda do Corvo exigiu esta sexta-feira às autoridades de saúde uma “intervenção musculada de emergência” junto de uma instituição de solidariedade social do concelho, que regista um segundo surto da pandemia da Covid-19.

Em comunicado, a autarquia do distrito de Coimbra salientou que o recente surto de covid-19 registado numa das valências da Fundação ADFP “pode levar a que o concelho continue a viver uma situação difícil nas próximas semanas, ao contrário do que está a acontecer a nível nacional”.

“Quando surgiu o primeiro surto, a situação também se agravou na comunidade. Agora que estávamos a melhorar os nossos índices, acontece este segundo surto”, lamenta o presidente da Câmara, Miguel Baptista, que esta sexta-feira reuniu de emergência a Comissão Municipal de Proteção Civil.

O autarca exige às “autoridades regionais e nacionais de saúde uma intervenção de caráter de emergência e musculada de ajuda à instituição, de modo a evitar o eventual agravamento”. Segundo Miguel Baptista, o surto de novembro aconteceu “precisamente na altura em que o concelho de Miranda do Corvo ficou sem delegado de saúde”.

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Desde o início de novembro que temos feito diligências junto da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), Direção-Geral da Saúde e Ministério da Saúde para a sua rápida substituição e, por outro lado, que fosse dada especial atenção ao Centro Comunitário da Fundação ADFP”, salientou.

De acordo com presidente da Câmara, a insistência municipal motivou quinta-feira uma reunião de emergência em que participou o secretário de Estado João Paulo Rebelo, a ARSC e o Delegado Regional de Saúde, na qual “foi garantido que a nova delegada de saúde tomará posse em janeiro”.

Miguel Baptista lamentou ainda que os números de novos casos comunicados ao município de Miranda do Corvo continuem a não estar corretos, pelo que solicita “maior rigor e transparência” às autoridades de saúde.

Os dados revelados pelo Delegado de Saúde do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte, Queimadela Batista, Miranda do Corvo está esta sexta-feira em risco “Muito Elevado” (índice 645), o que corresponde a 82 novos casos ativos nos últimos 14 dias.

“A situação atual já é grave. Se nada for feito, o concelho de Miranda do Corvo corre o risco de ficar numa situação insustentável”, enfatizou Miguel Baptista, lamentando que a população esteja “privada da sua liberdade e o comércio e a restauração a sofrer graves prejuízos”.