O surto no lar Eira da Torre, em Santa Eufémia, concelho de Leiria, que infetou 56 pessoas, entre utentes e funcionários, é considerado controlado, afirmaram esta segunda-feira à agência Lusa fontes da Autoridade de Saúde.

Segundo o delegado de saúde Rui Passadouro e a enfermeira de saúde pública Cristiana Rosário, da Unidade de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral, “o surto está controlado”.

“Houve 19 funcionários infetados. Apenas um mantém-se positivo”, explicaram, referindo que, neste caso, “ainda não passaram os dias necessários para a cura”, enquanto os restantes regressaram ao trabalho. Além dos funcionários, o surto infetou “37 utentes, quatro dos quais estão internados, mas estáveis”. “Há mais quatro utentes que estão positivos, decorrendo ainda o período para a evolução da doença”, acrescentaram Rui Passadouro e Cristiana Rosário.

De acordo com estes responsáveis, “dos 37 utentes sete morreram”, esclarecendo que “apresentavam idade superior a 90 anos e outras patologias”.

“Este é um lar com 58 utentes, 21 não ficaram infetados”, salientaram, destacando a implementação de “medidas de controlo de infeção, o que permitiu que “21 utentes e mais 18 funcionários se mantivessem sem infeção”.

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O surto neste lar foi noticiado em 17 de novembro, registando-se à data dois óbitos, de utentes, além de outros 21 e mais três funcionários infetados com o novo coronavírus. Na ocasião, o delegado de saúde e a enfermeira de saúde pública adiantaram que para a intervenção no lar, “privado e com boas condições”, foi pedida a colaboração da Segurança Social, através das equipas de intervenção rápida.

“O lar não precisou de apoio médico e de enfermagem, porque tem, e tiveram a colaboração para a desinfeção do espaço”, disseram então, assinalando, igualmente, que “outras entidades estão a acompanhar a situação”, como a Câmara de Leiria e a Proteção Civil.

Esta segunda-feira, estes responsáveis reiteraram a “colaboração com a instituição, feita de forma permanente e excecional”. Rui Passadouro faz ainda um “apelo desesperado”, para que o Natal em família ocorra com segurança, justificando: “Estamos a ser abalroados pela pandemia”.

O delegado de saúde pede, além do distanciamento físico, uso de máscara e desinfeção das mãos, que a “celebração dentro do agregado familiar” seja em “grupos muito pequenos”, evitando-se o “agrupamento com famílias diferentes”.

“Se alguém tiver sintomas suspeitos de Covid não deve participar na reunião familiar”, alerta, numa mensagem colocada na sua página na rede social Facebook, apontando ainda para a necessidade de “restringir ao máximo os contactos na semana antes do Natal, de forma a diminuir a possibilidade de contrair a doença”.

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Posted by Rui Passadouro da Fonseca on Friday, December 11, 2020

O delegado de saúde recomenda ainda, no caso de haver pessoas vulneráveis na família, “algum afastamento durante a celebração familiar, dando-lhes o lugar de destaque na ‘cabeça’ da mesa”.

Segundo o último boletim da Comissão Distrital de Proteção Civil, divulgado às 00h09 desta segunda-feira, o concelho de Leiria regista, desde o início da pandemia, em março, 1.893 casos confirmados de Covid-19, mantendo-se 445 ativos. No mesmo período, recuperaram da doença 1.403 pessoas, havendo ainda 45 óbitos.