O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, descreveu o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Eugénio Mussa, que morreu na segunda-feira, como um militar determinado com a erradicação do terrorismo.

Filipe Nyusi enalteceu as qualidades de Eugénio Mussa, durante as exéquias fúnebres do general, no quartel-general das FADM, em Maputo. “O general Mussa reafirmava publicamente a sua determinação e comprometimento patriótico, manifestava a sua convicção no combate e erradicação do terrorismo em Moçambique, particularmente na província de Cabo Delegado”, enfatizou Nyusi. O oficial, prosseguiu o chefe de Estado, galvanizou as FADM na contenção do avanço dos grupos armados que protagonizam ataques no norte de Moçambique, na função de comandante do “teatro operacional norte”.

Com uma carreira militar de mais de 46 anos, Eugénio Mussa combateu pelo Exército governamental durante a guerra civil de 16 anos contra a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), atualmente principal partido da oposição, assinalou o chefe de Estado moçambicano.

Mussa integrou uma das comissões que dirigiram a implementação do Acordo Geral de Paz de 1992 com a Renamo e os grupos de trabalho que estão a dirigir o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado do principal partido da oposição, no âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado em agosto de 2019.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O país acaba de perder um patriota de gema, deixou-nos precocemente um compatriota comprometido com as causas nobres desta nação, um militar comprometido com a defesa da soberania e integridade territorial do país”, frisou o Presidente moçambicano.

Eugénio Mussa foi nomeado chefe do Estado-Maior General poucos dias antes de morrer, em 14 de janeiro, pelo Presidente da República, tendo sido promovido a general pouco antes da indicação para o cargo.

Analistas disseram à Lusa em janeiro que Eugénio Mussa era visto pelo chefe de Estado como protagonista-chave na contenção do avanço dos grupos armados rebeldes na província de Cabo Delgado, norte do país, por conta do seu papel como comandante do “teatro operacional norte”, antes de passar a chefe do Estado-Maior General.

A violência armada em Cabo Delgado está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba. Algumas das incursões de insurgentes passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde 2019.