A Câmara de Lisboa aprovou, por unanimidade, as novas medidas de apoio às famílias e às empresas da cidade, que incluem apoios a fundo perdido no valor de 20 milhões de euros, no âmbito da pandemia de Covid-19.

As medidas, que foram anunciadas no final de janeiro pelo presidente da autarquia, Fernando Medina (PS), inserem-se na segunda fase do programa municipal “Lisboa Protege” e destinam-se a apoiar as empresas, as famílias e os setores cultural e social da cidade. Esta fase do “Lisboa Protege” está orçada em 35 milhões de euros, sendo que 20 milhões são para os empresários com quebra de faturação superior a 25% nos três primeiros trimestres do ano passado ou na totalidade dos trimestres.

A Câmara já tinha anunciado no final do ano passado apoios a fundo perdido, entre quatro e oito mil euros, para os empresários, também no valor total de 20 milhões de euros. Esta segunda fase vai abranger “mais 10.000 empresas e empresários” e proteger entre 80 mil a 100 mil postos de trabalho, de acordo com Fernando Medina. As empresas que tenham uma faturação anual entre 500 mil euros e um milhão de euros passam a poder candidatar-se a um apoio de 10 mil euros.

Há também mais atividades económicas abrangidas, como indústrias criativas, lojas com história, atividades turísticas, industriais, desportivas e recreativas, indicou a autarquia. A partir de agora, os empresários em nome individual com regime de contabilidade simplificada também podem solicitar o apoio.

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Entre as medidas aprovadas pela Câmara de Lisboa, liderada pelo PS, está ainda o apoio a fundo perdido ao setor do táxi, no valor global de dois milhões de euros, que prevê a atribuição de 500 euros a cada profissional, podendo dela beneficiar até dois profissionais por viatura com licença para operar na cidade.

A Câmara vai também ajustar as rendas das casas de renda acessível e convencionada, de forma a garantir que as famílias que registem quebras de rendimento continuem a não pagar um valor superior a 30% do seu rendimento líquido. No setor social, o município irá renovar o Fundo de Emergência Social para as famílias, continuando a apoiar o pagamento das despesas básicas, como a prestação da casa, água, luz, gás e despesas de alimentação e medicamentos.

Está também previsto o reforço dos apoios aos comerciantes de quiosques, mercados e feiras, num valor global de cerca de 1,2 milhões de euros, através do alargamento das isenções dos valores do 2.º semestre de 2020 e do 1.º semestre de 2021 e a isenção de taxas. Serão reduzidas em 50% as taxas sobre bancas, lugares e lojas de mercado para o primeiro semestre de 2021 e, no caso de a atividade estar encerrada, o apoio será de 100%.

Para apoiar o comércio local, a Câmara criou um serviço de entregas ao domicílio grátis, através de uma parceria com os CTT durante o período de confinamento. Por proposta do PSD, a Câmara de Lisboa decidiu incluir ainda no documento a promoção de uma parceria para “apoiar a construção de websites para o comércio local e soluções inovadoras”. As medidas terão agora de ser discutidas e votadas pela Assembleia Municipal de Lisboa.

A primeira fase do programa “Lisboa Protege” representou uma verba de 55 milhões de euros. As duas fases totalizam, assim, um investimento de 90 milhões.