Chegaram com dois meses de atraso e em moldes muito diferentes em relação à gala que tradicionalmente abre a temporada de prémios e galardões. Devido à pandemia de Covid-19, os Globos de Ouro assumiram um formato virtual e nem a glamorosa passadeira vermelha escapou. A partir das próprias casas ou de luxuosos quartos de hotel (outros há que se deixaram fotografar antecipadamente na red carpet original), estrelas do cinema e da televisão desfilaram à distância e posaram para milhões de olhares nas redes sociais.

Mas os constrangimentos provocados pelo vírus não impediram que a noite sagrasse os seus vencedores, no que ao estilo diz respeito. A começar pelos vestidos Chanel de Andra Day e Shira Haas. É sabido que o monograma não salva ninguém, mas as duas atrizes passaram no teste da passadeira vermelha virtual com distinção, a primeira de branco, numa criança de alta-costura agraciada pelo trabalho em crochet. A segunda rendida à simplicidade do vestido preto.

Ainda a preencher o pódio, o vestido Prada de Julia Garner, uma silhueta fluida a remeter para os anos 20 do século passado. A atriz de Ozark fez uma das escolhas mais certeiras da noite. Quem também deu nas vistas vou Anya Taylor-Joy, séria candidata ao lugar da mais bem vestida da noite.  A protagonista de “Gambito de Dama” desfilou com um vestido escultural Dior e com um volumoso casaco ao estilo quimono. Ambas as peças da última coleção de alta-costura da casa francesa, que conquistou também a preferência de Gillian Anderson.

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Destaque ainda para Jane Fonda. Aos 83 anos, a atriz foi distinguida com o Prémio Cecil B. DeMille. Para a ocasião, escolheu um fato em tom pérola que já havia usado anteriormente. Numa entrevista dada recentemente a Ellen DeGeneres, Fonda admitiu ter tomado, há alguns anos, a decisão de deixar de comprar roupa nova. “Gastamos demasiado dinheiro, compramos demasiadas coisas e depois temos de nos livrar delas. Estamos a construir a nossa identidade comprando, não é? Temos de parar com este consumismo”, referiu, adiantando ainda, a poucos dias da cerimónia, que já tinha encontrado algo que lhe servisse no armário.

Digno de nota é também o rol de modelitos clássicos que, mesmo sem sair à rua, fizeram suspirar os fãs de Amanda Seyfried e Elle Fanning. A primeira escolheu uma silhueta de sereia em tom de coral, assinado pela casa Oscar de la Renta. A segunda optou pelo azul suave de uma criação Gucci, com as alças final adornadas com pedras. Regina King e Kate Hudson partilharam a paleta e a maison — a Louis Vuitton vestiu ambas de preto e prateado. Emma Corrin entra para a lista de notáveis com um vestido Miu Miu.

Mas a noite também teve vestidos de princesa, ainda que o baile tenha sido em casa. A estreante Maria Bakalova escolheu uma criação de Giorgio Armani e marcou pelo vermelho intenso. Kaley Cuoco, outra das convidadas em Oscar de la Renta, vestiu-se num leve tom de cinza.

Cynthia Erivo foi um dos visuais menos consensuais da noite. O vestido armado verde florescente é, na verdade, uma criação Valentino, acabada de sair da semana de alta-costura de Paris, mas destoou numa noite ainda marcada pelos visuais mais clássicos, bem ao estilo Hollywood. Quem também resolveu dar a volta ao texto foi Rosamund Pike, em tempos também ela adepta de decotes e caudas. Desta vez, decidiu aproveitar o facto de estar num hotel praticamente vazio e optou por usar um vestido em tule de Molly Goddard com uma botas de combate.

Nem todos revelaram o mesmo esforço na hora de se aperaltarem para a noite dos Globos de Ouro. Jodie Foster compareceu de pijama, no sofá, ao lado da mulher e do cão, e ganhou a estatueta de Melhor Atriz Secundária.

Na fotogaleria, veja as imagens das estrelas que “pisaram” a primeira passadeira vermelha virtual dos Globos de Ouro.