A Ordem dos Médicos defendeu, esta quarta-feira, que a vacina da AstraZeneca deve ser administrada nas pessoas com mais de 65 anos por entender que há “dados suficientemente robustos” a suportar esse alargamento. A posição colide com a da ministra da Saúde, Marta Temido, que questionou a eficácia da vacina naquela faixa etária, na terça-feira.

Em comunicado, a Ordem dos Médicos fundamenta a recomendação de alargar a vacina da AstraZeneca com a “evidência científica” e os “dados mais recentes que têm vindo a ser conhecidos“. “A Ordem defende que o Plano de Vacinação seja apoiado na ciência e nas prioridades definidas a nível nacional e internacional, indo ao encontro das regras emanadas pela Organização Mundial de Saúde e pela Comissão Europeia, tendo também em conta as recomendações emanadas pela Agência Europeia do Medicamento e a FDA [o regulador dos EUA]”. À Antena 1, Marta Temido tinha defendido que ainda há dúvidas sobre a eficácia da vacina da AstraZeneca em pessoas com mais de 65 anos.

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Mas a decisão de alargar a vacinação já está a ser seguida por alguns países. Na terça-feira, França decidiu administrar a vacina da AstraZeneca aos maiores de 65 anos, baseando a decisão num estudo com resultados “muito encorajares” feito na Escócia. De acordo com a Alta Autoridade de Saúde (HAS) de França, que apoia as decisões do Governo, a vacina reduziu o risco de hospitalização “de forma significativa” (em até 94%) em todos os grupos etários. A Alemanha também vai alterar a recomendação para que o alargamento seja feito.

Já a propósito da vacina da Pfizer, a Ordem vê como “benéfico” o alargamento do intervalo entre as duas doses. Tanto esta alteração, como a sugestão para que a vacina da AstraZeneca chegue aos mais velhos, “podem ajudar a que a imunização chegue aos primeiros grupos de risco de forma mais célebre, sem comprometer a segurança e a eficácia”.

A Ordem dos Médicos também considera “positiva a dinâmica incutida no Plano de Vacinação pela nova coordenação da Task Force, mantendo-se disponível para colaborar com as autoridades competentes em todo o processo”.