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Polícia mexicana reprime protestos no Dia da Mulher

Este artigo tem mais de 3 anos

Presidente do México ergueu um muro e foi criticado pelas manifestantes, que denunciam a inação no combate à violência contra as mulheres. Só em 2020, 939 mulheres foram assassinadas.

International Women's Day In Mexico
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Confrontos entre manifestantes e polícia na Cidade do México

NurPhoto via Getty Images

Confrontos entre manifestantes e polícia na Cidade do México

NurPhoto via Getty Images

A polícia mexicana utilizou gás pimenta e gás lacrimogéneo na segunda-feira para dispersar uma manifestação para assinalar o Dia da Mulher e combater a violência de género, à entrada do Palácio Nacional, na Cidade do México. De acordo com o jornal mexicano El Universal, que cita fonte da polícia local, pelo menos 62 polícias e 19 civis ficaram feridos na sequência dos confrontos.

Durante os protestos desta segunda-feira, algumas mulheres tentaram passar as barreiras de segurança, o que fez aumentar a tensão entre manifestantes e polícia, levando a confrontos e ao uso da força por parte das autoridades para dispersar as manifestações.

Os protestos começaram durante a tarde e, segundo o El Universal, mais de 20 mil mulheres marcharam nas ruas da capital mexicana e entoaram cânticos a denunciar o elevado número de feminicídios, os abusos sexuais e a desigualdade de género, criticando a inação do governo e exigindo justiça.

A contestação já tinha começado no fim-de-semana e agudizou-se depois de o Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, ter mandado erigir um muro no Palácio Nacional, sede do governo, para conter as manifestações, uma medida que lhe valeu duras críticas por parte do movimento feminista.

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Andrés Manuel López Obrador referiu-se às barricadas de metal como um “muro da paz”, necessário para impedir atos de vandalismo, e acusou os seus adversários políticos de querem infiltrar manifestantes nos protestos para prejudicarem o governo. A medida foi encarada pelas manifestantes como provocação, num país em que, só em 2020, 939 mulheres foram vítimas de feminicídio.

Milhares de mulheres fazem greve no México para protestar contra violência de género

Women Protest Against Gender-Based Violence In Mexico

O "muro da paz" erguido pelo Presidente do México à entrada do Palácio Nacional

Barcroft Media via Getty Images

No muro erigido por Obrador, foram escritas mensagens contra a violência de género, contra o Presidente mexicano e também apelos à legalização do aborto no país, assim como o nome de vitimas de feminícidio. Além disso, foram colocadas flores em homenagem às mulheres vítimas de violência.

Nas ruas, além das críticas a Obrador, ouviram-se também fortes críticas a Félix Salgado Macedonio, que concorre a governador no estado de Guerrero. O candidato, apoiado pelo partido Morena, de Obrador, está a ser investigado num caso de violação, e as manifestantes exigiram que a sua candidatura seja retirada. “Um violador não será governador”, ouviu-se nas ruas da Cidade do México e leu-se nas paredes do muro erguido pelo Presidente mexicano.

ONU pede justiça ao governo e contenção aos media por homicídios de mulheres no México

Conforme escreve o El País, a relação entre Andrés Manuel López Obrador e o movimento feminista tem sido conflituosa, com o Presidente do México a acusar as feministas de atuarem sob influência de movimentos conservadores e de ideias importadas do exterior. Além disso, Obrador considerou o Dia da Mulher como “toda uma campanha de difamação” contra o seu governo, e acusou a direita de querer infiltrar manifestantes nos protestos para prejudicarem o governo

“[A direita] Está muito ofuscada, incomodada, irritada, e tornaram-se ambientalistas ou feministas. O objetivo é atacar o Governo”, disse Obrador, citado pelo mesmo jornal espanhol, ao justificar a sua decisão de erguer um muro para conter os protestos. “As forças conservadoras são muito retrógradas, muito autoritárias, infiltram gente para provocar violência, para prejudicar”, acrescentou.

O Presidente do México, no entanto, garante que não é machista. “Eu não sou machista, sou a favor do direito das mulheres, sou a favor da igualdade, sempre fui”, reiterou.

Quando Obrador, de esquerda, foi eleito em 2018, houve a expetativa de que a questão do direito das mulheres assumisse maior importância no país, devastado pela violência contra as mulheres. No entanto, conforme afirmou a analista Bárbara González ao Guardian, “não só Andrés Manuel López Obrador antagonizou o movimento, como sempre o retratou como manipulado ou sem legitimidade”.

De acordo com a Reuters, que cita dados do think tank Mexico Evalua, com base em dados do governo, pelo menos cinco milhões de mulheres foram alvo de violência sexual (assédio, abuso sexual, violação ou tentativa de violação) na segunda metade de 2020.

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