Pelo menos cinco candidatos a cargos de eleição popular foram assassinados no México em março, elevando o total para 15 nos primeiros três meses deste ano, indicou esta sexta-feira a organização civil Data Cívica.

O número de homicídios relacionados com a violência política no mês passado sobe para 30, se forem também incluídos funcionários públicos e familiares de políticos, segundo o relatório “Votar entre balas”, divulgado esta sexta-feira.

Entre os candidatos eleitorais mortos em março, há um do Partido do Trabalho (PT), aliado ao poder, dois do governante Movimento Regeneração Nacional (Morena), um do opositor Partido Revolucionário Institucional (PRI) e mais um da aliança do PRI com o Partido Ação Nacional (PAN) e a Revolução Democrática (PRD).

Os candidatos assassinados são Alfredo González, candidato do PT a presidente da câmara de Atoyac, em Guerrero; Tomás Morales, candidato do Morena a presidente da câmara de Chilapa, em Guerrero; e Diego Pérez, a presidente da câmara de San Juan Cancuc, em Chiapas, pelo PRI.

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Completam a lista Humberto Amezcua, da aliança PRI-PAN-PRD, candidato a presidente da câmara de Pihuamo, em Jalisco, e Jaime González, candidato à câmara de Acatzingo, Puebla, pelo Morena.

Além disso, a organização Data Cívica registou também cinco sequestros, duas tentativas de assassínio e duas ameaças de outros candidatos eleitorais, tanto do partido no poder como da oposição.

“Em março, primeiro mês oficial das campanhas a nível federal, registámos 14 ataques de diversos tipos a pessoas candidatas: cinco homicídios, cinco raptos, duas tentativas de homicídio e duas ameaças. Com isso, os três primeiros meses do ano já somam 15 assassínios de candidatos a cargos eletivos”, lê-se no relatório, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

No total, a Data Cívica registou 54 atos associados a violência político-criminal em março, incluindo ameaças, assassínios, ataques armados, tentativas de assassínio e sequestros.

Os 15 homicídios do primeiro trimestre de 2024 somam-se aos 11 assassínios de candidatos, pré-candidatos e ex-candidatos mortos documentados pela mesma organização civil no segundo semestre de 2023, quando teve início o atual processo eleitoral, que culminará nas eleições de 02 de junho.

Desde janeiro de 2018 até dezembro de 2023, a organização documentou 105 assassínios de candidatos, pré-candidatos e ex-candidatos eleitorais no México.

Tendo também em conta os ataques e as ameaças, a associação registou 574 atos de violência criminal eleitoral em 2023, o que representa o número mais elevado desde que há registo.

O México realiza as maiores eleições da sua história no dia 2 de junho, quando mais de 97 milhões de cidadãos irão às urnas pronunciar-se sobre 20.375 cargos federais, incluindo a Presidência da República, os 500 assentos da Câmara dos Deputados e os 128 mandatos do Senado, além de nove governos estaduais.