O BE exigiu esta segunda-feira do Ministério do Ambiente esclarecimentos sobre a recolha intensiva de resina em pinhais de Ovar, após críticas locais ao excessivo número de cortes em cada árvore e ao abandono de recipientes plásticos no local.

Segundo fotografias disponibilizadas à Lusa pela coordenação distrital de Aveiro do partido, o alerta deve-se à situação em áreas protegidas do Perímetro Florestal das Dunas de Ovar, onde o tronco de vários pinheiros chega a apresentar seis a dez cortes para encaixe de recipientes destinados a recolher a substância viscosa libertada pela árvore — material esse do qual se extraem componentes para produtos como diluentes, vernizes ou elásticos.

Essa operação de resinagem intensiva, efetuada por desconhecidos, começa por representar um risco sanitário para a sobrevivência dos pinheiros, já que a o número de cortes em cada árvore tem sido excessivo mesmo de acordo com os parâmetros da chamada “resinagem à morte“, que cujo regime jurídico está definido no Decreto-Lei n.º 181/2015.

De acordo com o partido, quem tem conduzido essas ações tem também procedido ao “abandono, em plena floresta, dos copos de plástico utilizados na recolha da resina”, sendo que as fotografias do BE exibem dezenas desses vasos acumulados num solo que antes se encontrava sempre particularmente limpo.

Considerando esse “foco de poluição” e o “aspeto enfraquecido” das árvores, a coordenação de Aveiro do partido lembra que em causa está uma “área de responsabilidade pública“, onde todas as intervenções deveriam ser fiscalizadas de forma “obedecer às melhores práticas, garantir a salvaguarda da floresta e assegurar o bom estado ecológico do Perímetro Florestal das Dunas de Ovar, protegendo a sua biodiversidade”.

Por isso mesmo, o BE quer que o Governo identifique qual a entidade a quem compete fiscalizar essa resinagem e adiante “que medidas vai tomar junto das entidades competentes” para eliminar os dois problemas e “apurar os seus autores”.

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