Os três homens detidos na segunda-feira, depois de as autoridades terem sido alertadas para a presença de uma embarcação abandonada no Algarve, foram presentes ao tribunal de Vila Real de Santo António na tarde de terça-feira e recolheram ao centro de instalação temporária do SEF — no passado, em situações semelhantes, os migrantes têm ficado a aguardar por um processo de expulsão, sendo esse um cenário possível.

Ao Observador, o subintendente da PSP Hugo Marado explica ainda que a possibilidade de serem, ao todo, 16 migrantes é “forte”, mas que “nada está confirmado”, e fala na hipótese de alguns destes nunca terem estado em território nacional dado o local de desembarque, na Foz do Guadiana. “Todas as hipóteses têm de ser acauteladas.”

O Correio da Manhã avançou na segunda-feira que se tratava de uma lancha rápida com cerca de sete metros que terá transportado 16 marroquinos ilegais até território nacional. Quando foi encontrado, o barco tinha mantimentos e depósitos com combustível. O jornal refere que, inicialmente, a polícia acreditava tratar-se de uma descarga de droga, mas acabou por se perceber que estaria em causa imigração ilegal.

Em declarações à Lusa, o subintendente da PSP Hugo Marado disse haver indícios de que “se trata de um grupo maior”, havendo a hipótese de serem 16 pessoas, alegadamente provenientes de Marrocos, o que “não significa que tenham chegado na mesma embarcação”. Segundo Marado, foram os três detidos que informaram que o grupo era composto por 16 elementos, o que levou as autoridades policiais a elevarem o estado de alerta, sobretudo na zona do Sotavento (leste) algarvio.

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“Acreditamos que tivessem vindo numa embarcação maior e tenham sido depois colocados numa embarcação mais pequena. Não nos parece que uma embarcação daquelas seja capaz de fazer todo o trajeto”, referiu aquele responsável.

Caso se confirme tratar-se de imigração ilegal proveniente do Norte de África, este foi o sétimo desembarque na costa algarvia desde o final de 2019.

Após a embarcação identificada na Praia da Ponta da Areia, Hugo Marado, subintendente da PSP de Faro, diz que ainda continua a incerteza quanto ao paradeiro, e até mesmo à existência, de mais migrantes ilegais.

Há mais migrantes ilegais para além dos três detidos no Algarve? “É uma forte possibilidade”

(artigo atualizado às 18h47 do dia 30 de março)