Treze jogos, 12 vitórias, uma inesperada goleada sofrida fora com o Hoffenheim na segunda jornada da Bundesliga. O arranque de temporada do Bayern, com a conquista da Supertaça Europeia e da Supertaça da Alemanha, fintou aquela máxima de todos os treinadores que consideram que tão ou mais complicado do que chegar ao topo é ficar por lá mas, depois da paragem para as seleções em novembro, esse caminho em forma de passeio ganhou outros contornos. Os bávaros não perderam a liderança do Campeonato, seguiram na Champions e ganharam mais um troféu, neste caso o Mundial de Clubes, mas foram eliminados de forma surpreendente na Taça frente ao modesto Hosltein Kiel e permitiram que o RB Leipzig se aproximasse na classificação. Agora chegava o dia das decisões.

Bayern, provavelmente o melhor clube do mundo. Provavelmente não, de certeza. E tem muito a ensinar aos outros

A oito jornadas do final, o conjunto de Julian Nagelsmann partia com quatro pontos de desvantagem em relação ao campeão e jogava uma cartada decisiva para tentar ainda inverter uma história que parecia há muito destinada a novo título da equipa de Munique, apesar do empate a três no eletrizante jogo da primeira volta na Allianz Arena. E Hansi Flick, treinador dos bávaros, tinha outro obstáculo para ultrapassar depois da lesão de Lewandowski na seleção polaca de Paulo Sousa antes do jogo com Inglaterra, que deixará o avançado de fora pelo menos um mês.

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“É uma situação que o treinador tem de gerir. Estou desolado por ele. Gostava de contar com todos os jogadores. Tenho de ver como vou resolver a situação. Vai ser um desafio para mim mas tenho outros jogadores para essa posição. É claro que o Robert [Lewandowski] é um jogador importante para nós mas temos alternativas”, referiu na antecâmara da partida o técnico, sem querer abrir o jogo sobre uma aposta direta no reforço Eric Maxim Choupo-Moting ou a utilização de Serge Gnabry ou Thomas Müller mais na frente de ataque antes de apagar mais um “fogo” criado de forma tudo menos involuntária por Uli Höeness, presidente honorário do Bayern que pediu mais uma vez a Joachim Löw para voltar a chamar Hummels e Müller à seleção “esquecendo-se” de Boateng.

“É a opinião do Uli Höeness mas posso garantir-vos que o Bayern dá apoio a todos os jogadores. O Boateng trabalhou imenso para superar um mau momento de forma e atingir um bom nível, tanto é que está a jogar muito bem e de forma consistente. Vai ajudar qualquer equipa em que esteja inserido, mas, em última análise, cabe ao Joachim Löw decidir”, justificou o treinador, passando ao lado de qualquer polémica sobre outra das principais ausências da equipa a par de Douglas Costa, Alphonso Davies, Tolisso e Boateng, além de Lewandowski.

As lacunas entre as principais opções fizeram-se sentir, sobretudo na forma como a equipa atacou, mas o Bayern ganhou como sempre tendo números como raramente ou nunca regista: o RB Leipzig terminou o encontro com mais remates, mais posse e mais passes com melhor eficácia mas esse domínio não teve consequências práticas, com os bávaros a aproveitarem uma das subidas à zona de finalização de Goretzka para marcarem o único golo do encontro ainda na primeira parte após assistência de Müller, titular nas costas de Choupo-Moting antes da entrada em campo de Serge Gnabry. E com mais este triunfo, os campeões cavaram uma vantagem de sete pontos que coloca o vencedor da última Champions (e candidato forte à atual) com mão e meia no título.

Já Leon Goretzka leva oito golos em 28 jogos, os mesmos da última temporada e a um do melhor registo da carreira também no Bayern, e continua a destacar-se pelo momento de forma e pela aparência física, que sofreu uma visível transformação durante a quarentena com maior massa muscular que continua a notar-se já depois de uma dieta na fase em que era ainda jogador do Schalke 04 onde cortou com os produtos lácteos, a carne de porco e as nozes devido a uma inflamação intestinal que fazia com que demorasse mais tempo do que é habitual a debelar problemas musculares. Ainda hoje esse trabalho se vê em campo. No Bayern e na própria seleção alemã.

Leon Goretzka. Cortou os produtos lácteos, a carne de porco e as nozes. E ficou supersónico