A vitória da Roma frente ao Bolonha permitiu não só promover algumas alterações na equipa como também, e mais importante, estagnar a série de três encontros consecutivos sem ganhar na Serie A (derrotas com Parma e Nápoles, empate frente ao Sassuolo). No entanto, e apesar da crença num acesso à Liga dos Campeões que está a sete pontos, é na Liga Europa que se concentram todas as atenções dos transalpinos, com Paulo Fonseca a tentar passar ao lado de tudo o que tem sido escrito a propósito de uma possível saída no final da temporada e também da alegada relação tensa que mantém com os jogadores no balneário. O foco era o Ajax, pensava apenas no Ajax. E a vitória em Amesterdão na primeira mão teve como reflexo a explosão do treinador no final da partida.

“Tenho de fazer o meu trabalho, não posso controlar as críticas. O que me deixa desapontado é quando são mentiras e ultimamente têm sido várias… Não sou italiano, por isso não entendo por que a Roma, que é a única equipa a representar Itália na Europa, tem de estar rodeada por todas estas incríveis mentiras. Neste momento deveríamos estar todos juntos a encorajar e ajudar a única equipa italiana. Esta semana criou-se um caos em torno de uma mentira, na ideia de que os jogadores me confrontaram e tiveram um encontro qualquer antes do jogo. É tudo mentira, não sei como é possível fazer-se isto. Não há seriedade quando se escreve dessa forma mas não posso controlar nada disso, apenas posso controlar o meu trabalho e é isso que tenho feito”, frisou em declarações à Sky Sport Italia, visivelmente incomodado com a notícia que marcara esses dias.

O desconforto do português voltou a ficar bem expresso, num estado que advém não só dessa alegada reunião dos jogadores à parte mas também dos constantes rumores de treinadores que vão sendo apontados à equipa transalpina para a próxima temporada (Massimiliano Allegri e Julian Nagelsmann foram os dois últimos), numa altura em que Paulo Fonseca está em final de contrato mas terá algumas cláusulas que promoverão a renovação automática e que continua a merecer elogios de fora, como aconteceu com Fabio Capello. “Gosto dele, faz a equipa jogar. Tem uma excelente equipa mas sofreu com as lesões, os jogadores que podem dar algo mais têm estado ausentes. Houve o problema com o Dzeko mas pagou por isso”, comentou o ex-campeão europeu.

O ambiente podia não ser o melhor mas a Roma estava a 90 minutos de conseguir chegar a uma meia-final da Liga Europa, naquele que era o único foco para esta quinta-feira. “Todos sabemos que este é, provavelmente, o jogo mais importante da temporada até ao momento. Vamos defrontar uma equipa muito boa. É importante não pensarmos no que aconteceu no primeiro jogo, em Amesterdão. Quero ver uma equipa preparada para lutar, que queira ganhar o jogo. Acredito que os jogadores sabem o quão importante é este jogo e também o atual momento. Estamos bem física e mentalmente, estamos preparados e focados nos aspetos defensivos. Sabemos que não podemos cometer erros. É preciso manter o equilíbrio e a concentração”, destacara.

A parte da luta esteve presente, a parte do foco nos aspetos defensivos nem sempre, a parte do cometer erros também não. No entanto, e ficando longe em todos os pontos estatísticos em relação aos holandeses, a Roma conseguiu defender da melhor forma a vantagem apesar de ter estado atrás no marcador com um golo de Brobbey logo a abrir o segundo tempo após um passe longo que encontrou o avançado nas costas da defesa transalpina (49′) antes de Dzeko surgiu de forma oportuna ao segundo poste após passe da esquerda para fazer o empate que valeu a passagem ao conjunto de Paulo Fonseca (72′), apesar da enorme diferença entre as equipas na posse (29%-71%), nos remates (7-10), nos cantos (2-6) ou nos passes (185-544). Mais uma vez, não foram os números finais que contaram para fazer o resultado. E segue-se uma eliminatória com o Manchester United na tentativa de chegada à final, onde estará também o vencedor da outra meia-final entre Arsenal e Villarreal.

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