As empresas são um dos “grandes alvos” do plano nacional de testagem à Covid-19 e já “existe total disponibilidade” por parte de muitas para promover a realização de rastreios, disse esta quarta-feira o coordenador da task-force para a testagem.

“Um dos grandes alvos deste programa é convocar as empresas a promover testagens” sempre em articulação com as autoridades saúde, afirmou Fernando Almeida numa audição por videoconferência na Comissão de Saúde e da Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença Covid-19 e do processo de recuperação económica e social, requerida pelo PS.

O coordenador da task-force para a promoção do “Plano de Operacionalização da Estratégia de Testagem em Portugal”, divulgado na terça-feira, explicou no parlamento que o objetivo é se surgir um caso positivo numa empresa “testam-se imediatamente todo o grupo e todo o universo”.

Segundo Fernando Almeida, a task-force já se reuniu com a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição das grandes superfícies e disse poder garantir que “existe total disponibilidade e muito interesse”. “Muitos deles estão já a fazer este tipo de testagem, mas querem mais, querem contribuir mais solidariamente“, salientou, apontando a criação de centros testagem comunitária como uma boa medida para a realização de rastreios oportunísticos.

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O também presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) apontou a importância da “testagem oportunistíca” em “grandes superfícies, grandes empresas, grandes estações de rodoviária e em todas as empresas rodoviárias” para travar a disseminação do vírus SARS-CoV-2, que provoca a doença Covid-19.

Segundo Fernando Almeida, já foram identificadas mais de 300 empresas públicas, semipúblicas, com planos de testagem implementados ou em vias de o fazer.

“Vamos caminhar para que seja uma normalidade fazer testes, pelo menos, enquanto esta situação de pandemia se mantiver e que esperamos todos que acabe rapidamente”, comentou. O objetivo, disse, “é promover a testagem, sobretudo, identificando precocemente todos os casos assintomáticos de uma forma ativa, através de uma triagem muito intensiva e de uma testagem dirigida e complementada também com a criação de todas as oportunidades de testagem”.

“Não é a ‘task force’ que vai para o terreno fazer testagens”, mas vai promovê-la junto de todas as instituições e organizações com algum tipo de responsabilidade: “queremos promover uma testagem inclusiva que é para todos e participativa que é com todos, ou seja, todas as instituições, todos organismos, sejam privados, do setor social, público estão convocados”. A testagem tem que ser sempre feita em articulação com as autoridades de saúde porque tem que haver uma capacidade de resposta, referiu.

Sobre o plano, disse ainda que “não é mais do que um corolário de tudo aquilo que já tem vindo a ser feito” e o que se pensa fazer. “Temos a noção de que apesar das coisas estarem a ser feitas havia a necessidade de uniformizar procedimentos, de regularizar algumas situações, de promover, incentivar e, sobretudo, de controlar em termos de programação tudo aquilo e todas as operações que tinham vindo a ser feitas”, salientou. Portanto, rematou, “este programa não é o início da grande testagem, a testagem já teve início e já é uma realidade”.

Segundo os últimos dados das autoridades de saúde, já foram realizados 9.851.332 testes PCR e antigénio em Portugal.