A arena do Campo Pequeno costuma ver outro tipo de eventos, mas desta vez foram os carros que roubaram o foco. Aliás, quem os conduz, porque de carros apenas uma réplica da “arma” de Max Verstappen, o Red Bull RB13. O suficiente para atrair os olhares das dezenas de convidados para o evento de antevisão do Grande Prémio de Portugal, que se realiza em Portimão, no Algarve, de 30 de abril a 2 de maio.

Três dias de prova que foram antecipados por duas figuras da Fórmula 1 com ligação a Portugal: uma pelo sangue, outra pelo brilho da vitória. Tiago Monteiro — o único piloto português num pódio de um Grande Prémio de Fórmula 1 — e David Coulthard — vencedor da edição de 1995 do Grande Prémio português — lançaram os dados, que deram números parecidos.

Tiago Monteiro e David Coulthard brindaram ao sucesso do Grande Prémio de Portugal

Os dois pilotos mostraram visões semelhantes daquilo que pode ser a prova deste fim-de-semana, a começar pelo vencedor. O nome mais falado? Hamilton, Hamilton e Hamilton. É a aposta clara dos dois pilotos, que, apesar disso, deixaram cautelas. “O Max [Verstappen] vai estar muito motivado, o Sergio Pérez o ano passado também andou aqui muito bem, ele adorou a pista. Acho que vamos ter luta”, diz Tiago Monteiro. David Coulthard vai pelo mesmo caminho: “Eu acho que pode haver outros vencedores este ano”.

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“Pela primeira vez em muitos anos temos um concorrente ao Hamilton”. A antevisão de Tiago Monteiro ao GP de Portugal

Unanimidade que se estendeu ao valor deste Grande Prémio. Apesar de ainda não estar no calendário fixo da temporada da Fórmula 1, a pista do Autódromo Internacional do Algarve tem recebido elogios na globalidade, principalmente por parte dos protagonistas. Para Tiago Monteiro, é importante que os pilotos sejam voz ativa na escolha dos recintos, mas não são ainda decisores nesse plano: “A opinião dos pilotos não é suficiente para deixar Portimão no calendário, mas são vozes importantes. No entanto, não podemos esquecer que isto é um negócio, que tem muitos interesses”. 

Fica assim, por enquanto, a expectativa para um futuro em Portimão, brindado com os elogios dos pilotos… e dos ex-pilotos: “Se tivesse de descrever este circuito numa palavra? Brilhante. É brilhante, não tenham dúvidas. É desafiante para os pilotos, tem curvas cegas, elevações e a vista é linda”, diz David Coulthard, que considera que a pista de Portimão é boa para potenciar a velocidade. A única coisa que parece que vai mesmo faltar em Portimão são os adeptos.

Fórmula 1. Hamilton “gostava que Algarve fizesse parte do calendário”

Mais uma vez, Couthard e Monteiro partilharam o entendimento: é uma pena, mas é algo que não vai afetar o espetáculo. Como? Tiago Monteiro explica: “Quando pomos o capacete, isso não tem qualquer impacto. Acho que não tem influencia diretamente na performance do piloto, é só triste para o espectáculo, principalmente para quem fica no pódio”. O piloto escocês concorda: “Claro que a presença do público faz parte da energia da corrida, e é uma pena não termos adeptos na bancada, mas quando estás no carro, estás muito focado, não notas a diferença”.

No domingo, com a corrida — e mesmo na sexta com treinos livres e no sábado com a qualificação –, vai tirar-se a prova dos nove sobre o impacto do público, do asfalto mais desgastado e dos carros mais lentos comparando com o Grande Prémio de Portugal do ano passado, com bancada cheia, piso novo e carros mais dinâmicos. No final da antevisão, ficou uma conclusão: a edição deste ano tem tudo para ser mais renhida e sendo a terceira prova da temporada, deixa tudo em aberto. “Pela primeira vez em muitos anos temos um concorrente ao Hamilton, é um primeiro passo para o chatear e não haver um domínio total”, diz Tiago Monteiro. No domingo teremos a confirmação.

O Campo Pequeno pintou-se de verde para antecipar o Grande Prémio de Portugal