O encontro da segunda ronda frente ao espanhol Pedro Martínez foi bem mais complicado do que o triunfo a abrir com João Sousa mas Cameron Norrie, que chegou a ser 41.º do mundo e chegou ao Estoril Open como 50.º do ranking ATP, tinha ainda a grande vitória da semana preparada e logo contra o chileno Cristian Garín, que era dado como um dos principais candidatos na presente edição. “É uma das melhores vitórias da minha carreira em terra batida. Ele é um grande jogador nesta superfície. Estou a jogar de forma muito sólida. Talvez não o meu melhor ténis mas tenho servido bem, mantido a calma e sido muito sólido. Tenho tentado ser o mais profissional possível e ser o melhor jogador que posso ser, isso ajuda-me a relaxar”, confessou no final.

Havia mais e o britânico conseguiu mesmo atingir a sua segunda final do circuito ATP, depois da derrota no Open de Auckland frente ao americano Tennys Sandgren, após vencer o croata Marin Cilic, antigo número 3 mundial que na segunda ronda afastara o português Nuno Borges. E com uma outra curiosidade: a único final e vitória em pares foi com Kyle Edmund contra Wesley Koolhof e Artem Sitak precisamente no Estoril Open. Seguia-se a luta pelo primeiro triunfo também no quadro de singulares, como forma de afirmação aos 25 anos.

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Nascido em Joanesburgo, na África do Sul, filho de pai escocês e mãe galesa (ambos microbiólogos), o canhoto foi viver para a Nova Zelândia com apenas três anos depois de um assalto à família e foi lá que começou no ténis ao mesmo tempo do squash, do râguebi, do futebol e do críquete, fixando-se apenas aos 15 na primeira antes de passar alguns meses na Europa e ficar já com nacionalidade britânica em Londres a viver sozinho, saltando de seguida para a Texas Christian University onde estudou sociologia. Entre voltas e voltas, foi a partir de 2018 que Norrie foi começando a ganhar outro protagonismo no circuito ATP, com a primeira vitória em pares, a primeira final nos singulares, a primeira presença num jogo das meias de um torneio 500, o melhor lugar no ranking em maio de 2019. Agora, numa fase em que levava 18 vitórias no ano civil de 2021 (um dos recordistas), enfrentava o próximo desafio desse crescendo frente a um mais experiente espanhol Albert Ramos Viñolas, de 33 anos.

Por mais do que uma vez, Cameron Norrie deixou a ideia de que iria manter essa série vencedora mas a maior experiência de Albert Ramos Viñolas acabou por fazer a diferença sobretudo no tie break do terceiro e último set, que permitiu que o espanhol ganhasse pela terceira vez um torneio na carreira (antes conseguira vencer o Open da Suécia em 2016 e o Open da Suíça em 2019) e confirmasse em 2021 o estatuto de rei da terra batida, somando já um total de 16 triunfos nesta superfície, desta vez com os parciais de 4-6, 6-3 e 7-6 (7-3).