O novo presidente do parlamento de Cabo Verde, Austelino Correia, disse esta segunda-feira que o país cumpriu com a assembleia parlamentar da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e quer fazer uma “transição tranquila e serena” à Guiné-Bissau.

“Nós vamos concluir a nossa presidência a nível do parlamento da CPLP, e em princípio essa presidência passará para a Guiné-Bissau”, disse Austelino Correia, após um encontro com o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, para apresentar os cumprimentos e falar sobre algumas questões relacionadas com a assembleia parlamentar da CPLP.

O Presidente cabo-verdiano é neste momento o presidente da conferência dos chefes de Estado e de Governo da CPLP, pelo que Austelino Correia afirmou que “seria muito conveniente” haver esse entrosamento entre os dois órgãos de soberania, para o país poder fazer uma “transição tranquila e serena” da presidência da organização parlamentar lusófona.

Quanto à data para a próxima assembleia parlamentar, o presidente da Assembleia Nacional cabo-verdiana disse que ainda não está definida, mas garantiu que os dois países estão em concertação.

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Em princípio há uma imposição feita pelos estatutos, sobretudo da assembleia parlamentar da CPLP, nós vamos concertando com o país anfitrião, que vai receber a presidência, e na devida altura anunciaremos a data exata”, completou.

O novo presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, que substituiu Jorge Santos, deu conta que o país está em contacto com a Guiné-Bissau, para fazer todo o trabalho preparatório.

“E da nossa parte estamos prontos para fazer a passagem de testemunho. É evidente que há uma palavra sempre da Assembleia Nacional da Guiné-Bissau”, notou Austelino Correia, garantindo que neste momento não há nenhuma preocupação para essa passagem de testemunho.

A CPLP é um órgão que funciona tranquilamente, há uma boa relação institucional entre os países, portanto, a transição vai ser muito pacífica, nós, da nossa parte, cumprimos aquilo que tínhamos para fazer, com toda a tranquilidade, temos bons resultados”, concluiu.

Cabo Verde assumiu a presidência rotativa da CPLP na XII cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização, realizada em julho de 2018, na ilha do Sal, sucedendo ao Brasil.

Devido à pandemia de Covid-19, o mandato da presidência cabo-verdiana acabou por ser prolongado por mais um ano e terminará oficialmente com a cimeira de chefes de Estado e de Governo agendada para 16 e 17 de julho, em Luanda, assumindo Angola a liderança.

A escolha da data para a realização da cimeira tem a ver com o facto de se pretender fazê-la coincidir com a data em que se assinalam os 25 anos da CPLP, 17 de julho.

De acordo com os estatutos da CPLP, a reunião de chefes de Estado e de Governo reúne-se, ordinariamente, de dois em dois anos.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os Estados-membros da CPLP.