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Embolou tanto que adormeceu e Moore apareceu como pesadelo (a crónica do País de Gales-Suíça)

Este artigo tem mais de 2 anos

Suíça dominou, criou, marcou e foi melhor com Embolo em plano de destaque até ter dez minutos em que perdeu o controlo do jogo e permitiu que o guerreiro Kieffer Moore empatasse as contas (1-1).

Kieffer Moore teve a primeira oportunidade do jogo, abriu a cabeça pouco depois e apareceu na segunda parte para fazer o empate final (injusto e pesado para o avançado Embolo)
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Kieffer Moore teve a primeira oportunidade do jogo, abriu a cabeça pouco depois e apareceu na segunda parte para fazer o empate final (injusto e pesado para o avançado Embolo)

Marcio Machado

Kieffer Moore teve a primeira oportunidade do jogo, abriu a cabeça pouco depois e apareceu na segunda parte para fazer o empate final (injusto e pesado para o avançado Embolo)

Marcio Machado

Não é propriamente a ideia que Gareth Bale mais gostaria de ler mas, fosse na imprensa britânica por ter jogado no Tottenham e por ser o capitão do País de Gales, fosse nos meios espanhóis por pertencer ainda ao Real, havia uma frase transversal a lançar o primeiro encontro do esquerdino: “Se há algo que o motiva mais do que jogar golfe é mesmo representar a sua seleção”. E a explicação é simples – ali, o jogador é “mimado” como em mais nenhum lado. Tem vários espaços só para si na concentração, sente-se um verdadeiro líder na equipa, é seguido pelos restantes jogadores que veem nele uma referência. E não é um grupo qualquer, ou não tivesse nomes que se destacam em Inglaterra ou em Itália como Aaron Ramsey, Daniel James, Joe Allen, Ben Davies ou Moore.

País de Gales consegue empatar com Suíça e mantém esperanças no grupo A de Itália e Turquia

Depois do turbilhão gerado pela suspensão de Ryan Giggs de selecionador, acusado em dois alegados episódios de violência doméstica que levaram a Federação a afastar o técnico enquanto o caso não for resolvido, o País de Gales tentou reequilibrar-se e chegou com alguma surpresa com uma nova tática ao Europeu, abdicando da linha de três na defesa para procurar um 4x1x4x1 a explorar a verticalidade de Bale e James pelas alas. E as expetativas teriam de ser altas, depois de chegar às meias-finais na edição de estreia em 2016 onde só perdeu com Portugal. No entanto, teria pela frente tudo o que gostava de ter mas ainda não tem: uma identidade própria, um esquema trabalhado há anos, jogadores experientes que jogam juntos há vários anos ao mais alto nível. Nuances próprias à parte, essa acabaria por ser a grande fronteira entre os dois conjuntos.

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Apesar de ter criado a primeira oportunidade do jogo, com Kieffer Moore a cabecear para grande defesa de Sommer (13′), o País de Gales não conseguiu controlar durante grande parte do encontro essa maior maturidade de jogo da Suíça, que só não chegou ao intervalo a ganhar porque Seferovic atirou os quatro remates nesse período por cima ou ao lado e porque Ward fez uma grande defesa após toque ao primeiro poste de Schär (20′). A seguir ao intervalo, com Embolo numa posição ligeiramente mais recuada para poder criar desequilíbrios, os helvéticos passaram com naturalidade para a frente do marcador (49′), podiam ter resolvido, acabaram por adormecer de tal forma que deram a oportunidade ao guerreiro Kieffer Moore empatar com a cabeça que estava ligada desde o início do encontro e já acordaram demasiado tarde, apesar de terem um golo anulado (83′).

O jogo a três toques

Para recordar

Embolo foi o fator desequilibrador do jogo, com dez minutos verdadeiramente alucinantes a abrir a segunda parte que fizeram a diferença: após uma primeira parte onde foi Shaquiri a explorar melhor os espaços entre linhas, com o avançado a jogar mais perto de Seferovic como segundo avançado, Petkovic colocou o jovem de 24 anos do B. Mönchengladbach um pouco mais recuado e a aproveitar a subida de linhas do País de Gales, o que valeu uma primeira grande defesa a Ward, o 1-0 na sequência do canto (49′) e mais uma ameaça a fazer passar a bola muito perto da baliza galesa uns minutos depois (65′). Se é certo que a Suíça foi mais forte no plano coletivo em relação ao adversário ao longo de 70 minutos, Embolo foi a individualidade que apareceu para criar esse desequilíbrio que só não chegou para a vitória devido ao coração enorme que os dragões mostraram. E só não foi mais decisivo porque a assistência para o golo de Gavrinovic acabou por não contar por fora de jogo (83′) e porque Ward fez mais uma grande defesa em cima do minuto 90, mais uma vez após cabeceamento na área.

Para esquecer

A ideia visionária do então presidente Michel Platini em 2012 passava por levar o Campeonato da Europa a países que, em condições normais, nunca poderiam receber jogos da fase final da competição, circunscrito a um ou dois países organizadores. E foi nesse contexto que Baku, no Azerbaijão, surgiu no mapa da prova. Até aqui, tudo certo, tendo em conta a celebração dos 60 anos da primeira edição. Problema: as condicionantes que ainda se vivem por causa da pandemia deixam a nu como a escolha que na teoria faria sentido acabou na prática por passar ao lado do principal objetivo: levar a festa do futebol a quem só a podia ver pela TV. O Estádio Olímpico, com quase 70 mil lugares de capacidade, poderia receber 50% de lotação entre adeptos locais e das duas equipas em jogo. O que se viu? Bancadas vazias, muito vazias, demasiado vazias. Nunca se saberá ao certo se poderia ser diferente numa fase de “normalidade” na vida de todas as pessoas mas ficou como um tiro ao lado.

Para valorizar

Kevin Mbabu teve uma exibição consistente, até pelo papel determinante que os laterais assumem no esquema da Suíça que joga com uma linha de três e abdica de extremos para colocar Shaquiri nas costas de Seferovic e Embolo pelo corredor central, mas o grande destaque acabou por ser Danny Ward, que deixou Hennessey no banco e esteve em evidência na baliza dos galeses: o guarda-redes que nas últimas três temporadas não fez um jogo sequer na Premier League pelo Leicester, sendo o suplente de Kasper Schmeichel e somando apenas um par de jogos nas taças, teve uma defesa por instinto após canto a desvio de calcanhar de Schär (20′) e fez mais uma enorme intervenção no início do segundo tempo a remate de Embolo, mostrando sempre grande segurança. Se o resultado não foi outro, a “culpa” foi da surpresa lançada por Rob Page para a estreia no Europeu, que evitou em cima do minuto 90 o 2-1 com mais uma grande intervenção a remate do inevitável Embolo.

Os golos e o resumo, em vídeo

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