A startup portuguesa Musiversal, que gere uma plataforma online que disponibiliza acesso a artistas e produtores de estúdio para sessões de gravação de música, quer contratar mais 100 músicos. Para cativar quem se queira juntar a “part ou full-time” a este projeto, a empresa promete, inicialmente, um contrato de prestação de serviços entre mil e dois euros brutos, respetivamente.
“Existem ferramentas em casa como o Logic Pro ou Ableton [software de edição de música], mas, na realidade, isto não chega para produzir música, são preciso profissionais de música a preços acessíveis”, explica ao Observador André Miranda, fundador e presidente executivo da startup. Por isso, o empreendedor criou a Musiversal, uma plataforma que funciona como um Uber para músicos. Quem precisa de alguém para um projeto de produção musical, paga uma subscrição — que começa em cerca de 45 euros por mês — e pode escolher um dos “músicos de estúdio”.
Os músicos ganham acesso a rendimento fixo e os utilizadores ganham acesso a produção musical de alta qualidade a um preço dramaticamente mais acessível do que é possível hoje”, explica André Miranda.
Para este projeto funcionar é preciso que haja músicos inscritos na plataforma. Por isso, o “objetivo final da Musiversal é estender este marketplace de música a uma dimensão de grande escala e ser um dos principais empregadores de músicos em Portugal”, explica a empresa.
O nosso contrato tem seis meses no mínimo. (…) Se os músicos não estiverem ocupados, recebem”, garante André Miranda.
Para alargar o projeto a mais 100 músicos, a startup promete que, independentemente de haver trabalho ou não, o montante prometido é pago aos músicos nos primeiros seis meses. Contudo, para continuarem a renovar este vínculo, há algumas exigências a ser cumpridas: a Musiversal prevê que, a tempo parcial, os músicos trabalhem “23,75 horas por semana”, e, a tempo inteiro, “cerca de 45 horas”. Todas “as horas que estão no contrato incluem preparação para as sessões, upload de ficheiros, etc.”, adianta André Miranda.
A ideia de fazer música é colaborar é entre humanos, isso é, hoje em dia, caro. Custa tipo 100 euros por músico [uma sessão]. Cobram preço altos porque não há muito trabalho [e têm de compensar]”, diz o fundador da Musiversal.
De forma a garantir que os tempos são cumpridos, André Miranda afirma que a Musiversal utiliza métricas para os artistas que contratará para a plataforma. “Imagina que trabalhas quatro horas por dia, sei que dão cinco ou seis sessões”, explica o responsável. “O perfil do músico da plataforma tem isso em conta” para saber se tudo é cumprido, adianta.
Entre o músico de estúdio inscrito na Musiversal e o autor que pretende utilizar a plataforma para gravar ou produzir as suas músicas, existe uma colaboração em livestream, da qual resulta em menos de 24 horas uma gravação disponível para download (…) A produção musical é uma indústria que vale ‘biliões’ de euros e a Musiversal é um modelo eficiente e escalável que vai permitir a esta indústria crescer ainda mais”, explica André Miranda.
Para já, a Musiversal conta que quer chegar “às 100 mil sessões anuais”. André Miranda diz que o modelo de negócio que criou vai implementar na criação musical o conceito de “gig economy“. Ou seja, à semelhança do que fazem empresas como a Uber para motoristas, a Musiversal quer ter músicos e produtores de música ligados à sua plataforma digital que podem ser escolhidos pelo cliente.
A Musiversal foi criada em 2018. Em outubro de 2020, foi criada a plataforma Musiversal Studios, que permite aceder a este serviço de subscrição de acesso a músicos. Atualmente, a empresa tem já “43 músicos disponíveis”.
*Artigo alterado ás 15h18 para clarificar o que fazem os software de edição de música.