Parafraseando Luiz Felipe Scolari, a Copa América entra agora no “mata mata”. Depois de muita polémica em torno da competição que estava marcada para Argentina e Colômbia e passou a ser realizada pelo Brasil, lá rolou a bola, no mesmo fim de semana em que começou o Euro 2020. Curiosamente, e tendo em conta os dados televisivos, o Euro até chama mais a atenção aos espectadores brasileiros do que a competição realizada na sua própria casa.

Voltando à Copa América – na quarta edição em seis anos e desta vez sem Japão ou Catar –, esta realizou-se em 2020 com dois grupos de cinco equipas, a partir dos quais os quatro primeiros classificados passavam aos quartos de final, caindo uma equipa de cada poule.

No Grupo A foi a Bolívia, com quatro derrotas noutros tantos jogos, a ficar fora da fase a eliminar, enquanto que no Grupo B caiu a Venezuela, treinada pelo português José Peseiro, que foi assolada por um surto de Covid-19 que retirou 15 jogadores aos inicialmente convocados. No topo de ambos os grupos, sem grandes surpresas, ficaram as super potências do futebol sul-americano, Brasil e Argentina, que só se podem defrontar na final.

Em termos individuais, o jogador com mais golos (três) e assistências (duas) na fase de grupos foi Lionel Messi, que ultrapassou esta noite o recorde de Javier Mascherano e tornou-se o jogador mais internacional de sempre pela seleção argentina na prova onde tenta quebrar o enguiço de títulos pela equipa A, depois de já ter sido campeão mundial Sub-20 (2005) e campeão olímpico (2008) pela seleção das pampas.

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Posto isto, seguem-se os quartos de final.

Peru-Paraguai (sexta-feira, 22h, SportTV 2)

A equipa do ex-Sporting e ex-Benfica Carrillo qualificou-se na segunda posição do Grupo B, atrás do Brasil, com sete pontos. Foi um golo do extremo conhecido dos portugueses que eliminou a Venezuela de José Peseiro. Duas vezes campeão da Copa América (1939 e 1975), o Peru defronta o Paraguai (vencedor em 1953 e 1979) que, com alguma surpresa, até ficou à frente do candidato Chile no Grupo A. No histórico de confrontos entre as duas seleções estão na frente os paraguaios, com 24 vitórias em 54 jogos.

Brasil-Chile (sábado, 1h, SportTV 2)

Os brasileiros, sempre favoritos, têm uma tarefa difícil nos quartos de final, visto ser má ideia desvalorizar a equipa chilena, que venceu recentemente a competição por duas vezes, em 2015 e 2016. Envolta em polémica, a seleção do Chile não conseguiu evitar o único papão do Grupo B. Já o Brasil de Neymar, que procura repetir a vitória na competição alcançada em 2019, vem numa boa senda de resultados, visto que não perde há 11 jogos. Os chilenos, se quiserem vencer, não podem olhar para a história: em 72 confrontos, o Brasil venceu 50 vezes…

Uruguai-Colômbia (sábado, 23h, SportTV 2)

Com um recorde de 15 vitórias na Copa América, a última das quais em 2011, a equipa do Uruguai (que tem o “português” Coates) é por isso mesmo uma eterna candidata à glória na competição. Edison Cavani e Luis Suárez são dois goleadores de classe mundial que prometem ameaçar, e de que maneira, as defesas adversárias. Do lado colombiano estão dois jogadores do FC Porto, Uribe e Luis Díaz, e Sebastián Pérez do Boavista, numa equipa que tem saldo negativo frente aos uruguaios, mas que tenta repetir a glória alcançada pela primeira e única vez em 2001.

Argentina-Equador (domingo, 2h, SportTV2)

A única das oito equipas que sobram que nunca venceu a Copa América, o Equador do sportinguista Gonzalo Plata, aparece como a equipa teoricamente mais fraca nesta fase. E, logo por azar, os resultados disseram que o adversário iria ser a Argentina de Leo Messi e companhia. Enquanto o astro do Barcelona procura uma grande vitória ao serviço do seu país, a equipa das pampas vai também atrás de quebrar uma malapata com quase 30 anos: a última vitória na Copa América foi em 1993. Se, por acaso, os argentinos vencessem a competição este ano, igualavam o palmarés do Uruguai, com 15 vitórias na prova.