Com o Euro 2020 a entrar esta sexta-feira na reta final, com as últimas oito equipas, aconteceram já algumas decisões noutras seleções, nomeadamente com a jogadores a deixarem o futebol internacional, da Macedónia do Norte à poderosa Alemanha.

Alguns já decidiram mas outros estão ainda por decidir ou, pelo menos, tornarem públicas as suas decisões e também há, no caso português, os casos de quem não abdica da Seleção mas entra na reta final da carreira.

À boleia da recente decisão do craque Toni Kroos, que aos 31 anos deixa o futebol internacional, abaixo deixamos uma equipa de jogadores que muito dificilmente (ou já decididamente) continuarão nas suas seleções por agora, ou mesmo no Mundial do Catar – sendo que, em casos como o de Pepe, nem a idade pode ser obstáculo.

Stekelenburg (Países Baixos)

Um dos jogadores mais velhos do Euro 2020, Maarten Stekelenburg, guarda-redes dos Países Baixos, tem já 38 anos. Com 63 jogos pelo seu país, foi apenas na época passada que voltou a ter baliza, no seu Ajax, depois de três épocas no Everton praticamente sem jogar. Depois de formado no clube de Amestedão, Stekelenburg teve passagens pela Roma, Fulham ou Monaco, mas quase sempre sem a glória que teve no Ajax.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sergio Ramos (Espanha)

Acabado de sair do Real Madrid e a caminho do Paris Saint-Germain, o espanhol Sergio Ramos não foi convocado pelo selecionador Luís Enrique para o Euro 2020. A justificação? Problemas físicos do jogador, que passou grande parte da época a contas com lesões. Foi, em 15 anos de Real Madrid, a temporada em que fez menos jogos (21), por uma larga margem. Segue-se a aventura francesa mas, com 35 anos, e depois de falhar uma grande competição, pode-se muito bem questionar a carreira internacional de um homem com 180 internacionalizações.

Pepe (Portugal)

Custa falar da carreira internacional de Pepe depois de assinar outras quantas exibições “limpinhas” no Euro 2020, mas os jogadores não duram para sempre. Com um já vasto e premiado caminho ao serviço da Seleção, a verdade é que o central, embora muitas vezes não pareça, tem 38 anos. O pendurar da camisola nacional no cabide pode não ser para amanhã, mas o Mundial 2022 é claramente uma incógnita.

José Fonte (Portugal)

O português José Fonte, de 37 anos,  acabou por surgir um pouco tarde na alta roda do futebol internacional, mas não foi por isso que deixou de ser titular, por exemplo, no Euro 2016, deixando França apenas com o “caneco”. E foi precisamente no Campeonato francês, na época que passou, que o central português arrecadou mais um título: o de campeão, destronando o “endinheirado” PSG. O Mundial é também uma incógnita.

Thomas Vermaelen (Bélgica)

Mesmo jogando no Japão desde 2019, algo que costuma significar um fim ou acalmar da carreira de um futebolista, a verdade é que Vermaelen sempre se manteve na seleção belga, estando ainda na equipa que está no Euro 2020 e defronta esta sexta-feira a Itália. Com 35 anos, no entanto, assim que acabar o Europeu para a sua seleção, não será de surpreender que o jogador, com passagens por Arsenal e Barcelona, mas com uma carreira muito fustigada por lesões, acabe por deixar a seleção ao fim de mais de 80 jogos.

Luka Modric (Croácia)

Se for a despedida de Modric da seleção croata, pode acabar com uma derrota (3-5 frente à Espanha), mas deixa como último cartão de visita uma exibição de uma entrega impressionante, em que saiu de rastos de tanto correr. Aos 35 anos, com uma carreira intensa, quer na Croácia, quer ao serviço do Real Madrid, o capitão da equipa croata, já com 142 jogos, poderá muito bem decidir concentrar-se apenas no futebol de clubes, onde tem, como se sabe, um sucesso estrondoso.

Toni Kroos (Alemanha)

“106 vezes joguei pela Alemanha. Não haverá outra. Teria adorado, e por isso dei tudo de novo, para que tivessem sido 109 internacionalizações e que tivesse somado este único e grande título, o título de campeão europeu. Já tinha tomado a decisão de parar depois deste torneio há muito tempo. Já há algum tempo que era claro para mim que não estaria disponível para o Campeonato do Mundo de 2022, no Catar. Principalmente porque quero concentrar-me totalmente nos meus objetivos com o Real Madrid nos próximos anos. Para isso, vou tomar a decisão consciente de dar uma pausa, algo que não faço como internacional há onze anos”. A explicação de Toni Kroos é bastante clara, com o craque do Real Madrid, de “apenas” 31 anos, a dizer quer também “ser mais marido e pai”. Um exemplo de como, mesmo que não seja a idade a pesar, pesam as centenas de jogos que atletas como Kroos fazem sem parar ao longo dos anos.

Goran Pandev (Macedónia do Norte)

Num momento bastante bonito e que vai além do futebol, a entrar sobretudo no campo do respeito pela obra feita, Goran Pandev deixou o seu último jogo pela seleção com uma guarda de honra feita pelos seus colegas. No Macedónia do Norte-Países Baixos (0-3), quando o resultado já pouco interessava, o capitão da sua equipa e marcador do primeiro golo do país em grandes competições foi substituído. Além dos feitos recentes pela seleção e do sucesso em Itália, destaca-se a Liga dos Campeões que ganhou pelo Inter, com José Mourinho ao leme dos nerazzurri.

Karim Benzema (França)

As derrotas costumam pesar muito nas decisões sobre a carreira internacional. A França perdeu de forma surpreendente com a Suíça nos oitavos de final do Euro 2020 e não seria de admirar que “rolassem cabeças”. Benzema acabou de voltar à seleção, para a qual não era convocado desde 2015, após uma polémica que na altura envolveu o colega de seleção Valbuena, mas voltou para o Euro 2020. No entanto, o Mundial é já para o ano e o avançado do Real Madrid já tem 33 anos e muito, muito jogo nas pernas.

Thomas Müller (Alemanha)

Depois de uma boa época ao serviço do Bayern Munique, Joachim Löw acabou por fazer regressar Müller (e Hummels também) à seleção alemã. O avançado da equipa bávara tinha sido afastado da equipa da Alemanha no final de 2019, e só agora voltou a jogar, num Euro 2020 que acabou por ser curto para a história do país. Prestes a completar 32 anos, e depois da tal paragem e do tal regresso, é mais um atleta onde o peso dos jogos, quer no campeonato, quer na Liga dos Campeões, pode implicar decisões mais drásticas.

Gareth Bale (País de Gales)

O capitão da seleção do País de Gales não gostou muito que depois do último jogo da sua equipa no Euro 2020 (derrota por 4-0 frente à Dinamarca) lhe perguntassem se estava a realizar o último jogo pelo seu país. Não respondeu e abandonou a entrevista. Além de muitos jogos, são já também muitas as lesões, além de estar a entrar no último ano de contrato com o Real Madrid e, no entanto, a precisar de provar algo. Na época passada foi emprestado ao Tottenham, clube de onde havia saído para os merengues, mas mantém-se a pergunta: será que vamos deixar de ver Bale na equipa do País de Gales? É que nem o próprio responde.