O funcionamento “deficiente” de algumas torres de videovigilância florestal nos distritos de Castelo Branco e Santarém levou a intervenções no sistema, a concluir até ao final da semana, disse esta terça-feira à Lusa o Ministério da Administração Interna (MAI).

Fonte oficial do MAI explicou que foi “referenciado um funcionamento deficiente em algumas torres [do sistema de videovigilância florestal] nos distritos de Castelo Branco e Santarém”. E acrescentou que estão “em curso as intervenções necessárias à reposição da normalidade, a qual se espera poder acontecer até ao final desta semana“.

O ministério liderado por Eduardo Cabrita revelou também que a solução para os contratos de manutenção do sistema de videovigilância florestal que caducaram recentemente está “em fase de implementação”.

“Relativamente aos contratos de manutenção que caducaram recentemente e que irão caducar ainda em 2021, a solução está em fase de implementação, envolvendo as entidades detentoras das torres e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), salvaguardando qualquer necessidade de intervenção técnica que venha a ser necessária”, pode ler-se.

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O MAI salientou ainda na resposta à Lusa que a “vigilância dos incêndios rurais é assegurada por diferentes valências que se complementam e integram a Rede de Vigilância e Deteção de Incêndios (RVDI), que vão desde a Rede Nacional de Postos de Vigia aos sistemas de videovigilância florestal e meios de deteção móveis ou outros meios (terrestres ou aéreos)”.

O PSD apontou esta terça-feira que o sistema de videovigilância florestal “Ciclope” está desativado “por caducidade do contrato de manutenção”, deixando críticas ao executivo, nomeadamente ao Ministério da Administração Interna.

PSD diz que sistema de videovigilância florestal está desativado e culpa Governo

Num comunicado enviado às redações, os sociais-democratas começam por referir que “a videovigilância florestal constitui um dispositivo tecnológico fundamental na deteção dos fogos florestais” e que os meses de verão “são mais propícios à ocorrência de incêndios e impõem, por isso, a operacionalidade total e permanente de todos os sistemas de televigilância”.

Os deputados do PSD, escrevem, “têm insistentemente alertado o Governo para a caducidade do contrato de manutenção do sistema Ciclope, que cobre cerca de 1.300.000 hectares do território de Portugal continental”.

Mais de dois meses depois do arranque da época de incêndios, o PSD considera intolerável e absolutamente irresponsável que o Governo persista em aceitar que os sistemas de videovigilância instalados por todo o país voltem a estar ’em baixo’. Só no distrito de Santarém 13 das 16 câmaras continuam inoperacionais”, adiantam.

O PSD lembrou também uma pergunta dirigida ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, em 08 de março, sobre “o desentendimento entre as duas entidades públicas envolvidas na vigilância da floresta”, a ANEPC (Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil) e a GNR.

Já no final do mês de abril, cita o partido, Eduardo Cabrita assegurava que o ministério não tinha conhecimento na altura de “qualquer rutura nos sistemas de videovigilância instalados” e que “alguns problemas pontuais que se verificaram na operacionalidade da rede foram prontamente solucionados”, estando a rede de videovigilância “totalmente operacional, quer para a prossecução da missão de vigilância e deteção de incêndios rurais, quer para apoio à decisão operacional”.

“Acontece que hoje, 10 de agosto de 2021, e após reiteradas iniciativas dos deputados do PSD, o sistema Ciclope continua desativado, não estando a funcionar por caducidade do contrato de manutenção”, alerta o grupo parlamentar.