O construtor BMW vai apresentar no próximo Salão Automóvel de Munique, que vai decorrer entre 7 e 12 de Setembro, o seu novo iX5 Hydrogen, um SUV eléctrico que, em vez de armazenar energia em baterias, produz a electricidade de que necessita a bordo, através de células de combustível a hidrogénio, vulgarmente conhecidas como fuel cells.

Esta não é a primeira vez que a BMW propõe veículos que circulam graças ao hidrogénio. Mas, até aqui, este gás era utilizado como um combustível para ser queimado num motor concebido para recorrer a gasolina, projecto que nunca se revelou muito interessante e não chegou a descolar. A incursão da marca germânica pelas fuel cells também existiu, mas o estágio de desenvolvimento nunca foi considerado compatível com a desejável eficiência, para bater a solução alternativa à base de baterias.

Num apresentação recente da Toyota, o Observador teve a oportunidade de questionar os técnicos da Toyota sobre o que iria a marca japonesa fornecer à BMW, por troca do chassi e motores para conceber e produzir o novo Supra, o desportivo de dois lugares do fabricante nipónico. A resposta não se fez esperar: “as nossas fuel cells e a tecnologia para as fazer funcionar correctamente”.

Explicada a rapidez com que a BMW concebeu o iX5 Hydrogen – similar à da Toyota em conceber o Supra –, só não sabemos se os japoneses forneceram aos seus parceiros alemães a segunda geração das suas fuel cells, a utilizada na primeira geração do Mirai, ou a mais recente, precisamente a que está instalada na segunda geração da berlina japonesa a hidrogénio. A diferença entre ambas reside na eficiência e nos custos.

A BMW já tinha apresentado um protótipo com este tipo de locomoção, em que o hidrogénio serve para gerar electricidade através da operação inversa à electrólise da água, o BMW i Hydrogen NEXT concept, com o novo iX5 Hydrogen a assumir-se como o veículo para testar a tecnologia e desenvolvê-la. No novo SUV alemão, os pormenores em azul são dominantes, como é habitual nos modelos eléctricos da marca.

Em vez de um generoso pack de baterias, o iX5 Hydrogen monta um pequeno acumulador e um depósito em fibra de carbono reforçado, capaz de conter no seu interior 6 kg de hidrogénio a 700 bar – a pressão normalizada para automóveis –, que é capaz de encher em apenas 3 a 4 minutos. O motor eléctrico do novo SUV eléctrico debita 374 cv, com a BMW a assumir-se como mais um construtor que, se bem que esteja a investir actualmente em veículos eléctricos a bateria, não coloca de lado a hipótese de esta tecnologia poder vir a ser ultrapassada em breve pelas fuel cells, sobretudo para veículos mais volumosos e pesados.

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