A Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP) defendeu  esta sexta-feira que o próximo Orçamento do Estado tem de corrigir as injustiças existentes na Administração Pública, o que passa por rever os salários e as carreiras e melhorar os serviços.

“Ficámos agradados com o facto de o primeiro-ministro, na entrevista ao Expresso, ter mostrado sensibilidade para mexer nestas matérias, no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2022, mas agora é preciso passar das palavras aos atos“, disse à agência Lusa o secretário-geral da FESAP, José Abraão.

Em entrevista ao Expresso, publicada esta sexta-feira, o primeiro-ministro António Costa admitiu rever os escalões de IRS, de forma a subir o rendimento da classe média, e promover um aumento significativo do abono de família no próximo Orçamento de Estado para 2022.

Primeiro-ministro admite baixa de IRS para classe média e aumento “significativo” do abono de família no OE2022

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

António Costa disse também que, com uma inflação prevista de 0,8%, todos os ministérios terão um aumento do seu orçamento em pelo menos 1,2%.

José Abraão considerou que o primeiro-ministro se aproxima das preocupações da FESAP ao “olhar para a classe média“, seja através dos impostos ou dos salários. “É preciso baixar a carga fiscal efetivamente, mas também é essencial aumentar os salários”, disse à Lusa.

O sindicalista lembrou que a maioria dos trabalhadores da Administração Pública não tem aumentos salariais há 12 anos e que as suas carreiras estão desajustadas da realidade.

“Os mais penalizados são os das carreiras gerais (assistentes operacionais, assistentes técnicos e técnicos superiores), mas há também muitas carreiras específicas que precisam de ser revistas”, afirmou José Abraão.

Para o líder da FESAP, “este é o momento ideal para iniciar as mudanças necessárias na Administração Pública, de forma a torná-la mais justa e com emprego mais apetecível”.

“Há muita coisa para resolver na Administração pública, por isso não se pode ficar só pelo discurso, o próximo Orçamento do Estado tem de ser uma oportunidade para corrigir as injustiças”, considerou.

O sindicalista defendeu ainda que o Governo deve ter uma atitude diferente para com os sindicatos da função pública, pois não há qualquer negociação há cerca de quatro meses, apesar de estarem pendentes matérias como a revisão do sistema de avaliação.

Por isso, a FESAP pediu na semana passada mais uma reunião à ministra da tutela