O Fórum para a Competitividade considera necessário dar “redobrada atenção” às exportações para regressar à trajetória de aumento no PIB e lembra que o crescimento de 4,9% no segundo trimestre é inferior em 3,4% face a 2019.

No 2.º trimestre de 2021, confirmou-se o crescimento em cadeia do PIB de 4,9%. No entanto, comparado com o trimestre homólogo de 2019, o PIB ainda foi 3,4% inferior àquele valor”, refere a nota mensal do Fórum para a Competitividade.

Este “desvio de 3,4%” face aos valores de 2019, faz do PIB português dos mais atrasados da zona euro em termos de recuperação”, sustenta a estrutura presidida por Pedro Ferraz da Costa, sustentando que, tendo com conta “o empenho dos últimos anos na expansão das exportações”, é necessária uma “atenção redobrada para regressar à trajetória de aumento do seu peso no PIB”.

Com um desvio de 3,4% face aos valores de 2019, o PIB português é o dos mais atrasados da zona euro em termos de recuperação, o que não justifica qualquer euforia por a taxa homóloga ser muito elevada, que decorre de o 2.º trimestre de 2020 ter sido muito mau”, refere a mesma nota.

Além disso, assinala, entre as componentes do PIB, o comportamento mais negativo foi observado nas exportações, que caíram no segundo trimestre, “estando 15,3% abaixo do nível homólogo de 2019”, sendo que, para este resultado, contribuíram de forma desigual as exportações de bens (com um recuo de 5,6%) e de serviços (-36,1%).

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Durante o terceiro trimestre, o Fórum para a Competitividade considera que a recuperação da economia “deverá prosseguir” ainda que aponte alguns acontecimentos que podem influenciar esta trajetória, nomeadamente a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) ou o fim das moratórias ou as eleições legislativas na Alemanha.

“No 3.º trimestre, a recuperação deverá prosseguir, embora com algumas limitações”, lê-se na mesma nota que detalha que os dados disponíveis apontam para “dificuldades persistentes no turismo”, em particular no segmento, “mais importante e mais valioso”, dos não residentes, a que se soma o facto de a indústria automóvel estar a ressentir-se da falta de componentes, com interrupção ou diminuição da laboração nestes meses.

“Nos trimestres seguintes, assinale-se ainda a previsível subida de insolvências (a crescer 10,9% no 2.º trimestre), que, no nosso país, têm crescido acima da média europeia”, sustenta ainda o Fórum para a Competitividade.

Como tema extra, a nota mensal do Fórum para a Competitividade analisa a descida de Portugal nos “rankings” da produtividade laboral, que em 2019 registava o 31.º lugar (em 38) do PIB por trabalhador e por hora trabalhada, tendo sido ultrapassado nestes indicadores pela Polónia, Estónia e Letónia.

Em 2020, os dados provisórios, assinala o economista e professor do ISEG Ricardo Ferraz, indicam que Portugal se manteve “nesse patamar reduzido”.