O candidato do PAN — Pessoas-Animais-Natureza à Câmara de Gaia, Nuno Gomes de Oliveira, defendeu esta segunda-feira a recuperação de habitações, ao invés de novas construções, e a promoção do turismo no interior do concelho em “desertificação”.
“Não faz sentido construir e impermeabilizar mais o território, quando há inúmeras casas em Gaia. Algumas são novas e nunca foram ocupadas e outras são antigas, algumas em ruínas, mas podem ser recuperadas e transformadas, pois a arquitetura faz isso muito bem”, referiu o cabeça de lista do PAN a Gaia, no distrito do Porto, nas eleições autárquicas de 26 de setembro.
Nuno Gomes de Oliveira destacou que esta solução é mais cara do que construir novo, mas lembrou que desta forma se “valoriza o território e o património arquitetónico” e permite ordenar o território para ter “um concelho mais arrumado e valorizado”.
O técnico superior na Câmara de Gaia alertou também que a taxa de impermeabilização no concelho é “muito grande” numa fase em que acontecem as alterações climatéricas com a ameaça de chuvas repentinas ou chuvas concentradas.
Nós vimos isso na Alemanha, como vimos na Madeira. Acontece em todo o lado e a impermeabilização é algo mau, deve-se fazer o contrário. Construir só por construir é mau”, apontou.
Para o candidato do PAN a Gaia, outra das preocupações é o “desenvolvimento do interior do concelho” que “está a sofrer de desertificação”.
As pessoas procuram emprego na indústria ou no comércio, abandonando as atividades do interior, e isso também desqualifica o território, quer a nível nacional quer à escala municipal”, frisou.
Nuno Gomes de Oliveira, de 65 anos, explicou que este fenómeno pode ser contrariado através do “turismo interno”, com a criação de “polos de visitação” que atraiam pessoas.
Como exemplos, apontou a valorização de locais como o Castelo de Crestuma, o Monte Murado ou os vários mosteiros existentes no concelho.
“Isto valorizado e musealizado poderia atrair gente. Há um bom exemplo recente, que não é mérito da Câmara mas de um particular, que é a Fiação de Crestuma, que tem sido recuperada e é um polo de atração”, vincou.
“Deve haver constantemente eventos que chamem as pessoas e assim se valoriza o interior, porque obviamente quem vai ao Mosteiro de Grijó ver uma exposição toma um café, ou almoça, e contribui para o desenvolvimento local”, disse ainda.
O candidato do PAN apelou ainda a um novo modelo de gestão da Câmara, mais transparente, através da participação ativa dos cidadãos mas também dos funcionários municipais que “não são aproveitados”.
São candidatos à Câmara de Vila Nova de Gaia o atual presidente Eduardo Vítor Rodrigues (PS), Vítor Marques (coligação Movimento por Gaia — MPT/PDR), Diana Ferreira (CDU), Renato Soeiro (BE), Alcides Couto (Chega), Cancela Moura (PSD/CDS-PP/PPM), Nuno Gomes de Oliveira (PAN), Orlando Monteiro da Silva (Iniciativa Liberal) e Ana Poças (Livre).
