O Presidente dos Estados Unidos usou a primeira cimeira cara a cara do grupo Quad para a consolidar como um baluarte da democracia face a uma China cada vez mais determinada a reivindicar um lugar dominante no mundo.

O Quad, composto pela Índia, Austrália, Japão e EUA, foi criado em 2007 e ficou adormecido durante anos até Joe Biden ter decidido ressuscitá-lo com uma primeira reunião virtual dos seus chefes de Estado e de Governo em Março deste ano.

Estiveram presentes na Casa Branca para a reunião de sexta-feira, Biden e os primeiros-ministros da Austrália, Scott Morrison, Japão, Yoshihide Suga, e Índia, Narendra Modi.

No início da reunião, Biden descreveu o Quad como um grupo de países que partilham uma visão semelhante do mundo e, com particular ênfase, disse: “Somos quatro democracias com uma longa história de cooperação. Sabemos como fazer as coisas, e estamos prontos para os desafios.

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Por seu lado, Suga, naquela que foi a sua última visita à Casa Branca como primeiro-ministro japonês, viu a reunião do Quad como um reflexo da forte solidariedade entre as quatro nações e do seu “empenho inabalável numa visão comum para um Indo-Pacífico livre e aberto”.

Morrison também fez eco desta aspiração por um Indo-Pacífico “livre de coerção, onde os direitos soberanos de todas as nações sejam respeitados e onde as disputas sejam resolvidas pacificamente de acordo com o direito internacional”.

O australiano não mencionou a China e a sua ascensão naquela região, mas acrescentou à concepção de Biden do mundo como um concurso entre democracias e regimes autoritários.

Além disso, Modi falou do seu desejo de consolidar o compromisso assumido pela Quad na sua primeira cimeira, em Março: entregar mil milhões de doses de vacina covid-19 em toda a Ásia até 2022.

A cimeira surge apenas uma semana após os EUA terem revelado a nova aliança de defesa Indo-Pacífico com a Austrália e o Reino Unido.

Tanto esta nova aliança de defesa como a reunião diplomática de sexta-feira mostram que Biden vê o Indo-Pacífico como a arena onde Washington e Pequim irão disputar a hegemonia global.