Estávamos a pouco mais de 30 segundos do final da primeira parte, que praticamente não teve paragens até então. O PSG já tinha atirado uma bola à trave por Lionel Messi de livre direto, já tinha desperdiçado várias ocasiões sobretudo por Mbappé apesar de Alfred Gomis não ter feito qualquer defesa, dominava quase por completo a partida com uma posse de quase 70%. Nesse momento, Neymar, mais encostado à esquerda, fez um mau passe pouco depois do meio-campo. E tudo mudou em 35 segundos com intervalo pelo meio.

Não teremos para sempre Messi, mas Messi aparece quase sempre. Estreia a marcar pelo PSG segura vitória frente ao Manchester City

A bola rodou até ao flanco esquerdo, Birger Meling deixou em Kamaldeen Sulemana, o ganês cruzou largo ao segundo poste e Gaëtan Laborde apareceu ao segundo poste nas costas de Nuno Mendes para fazer o 1-0 aos 44.40, 14 segundos depois da recuperação na zona do meio-campo e sem que houvesse sequer depois o pontapé de reinício de partida. O Rennes teve um final de sonho mas não iria ficar por aí: os visitados saíram com a bola, avançaram pela direita do ataque com sete passes até ao cruzamento da direita e Flavien Tait apareceu de trás na área a rematar sozinho para o 2-0 apenas em 17 segundos.

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Sem que o PSG tocasse na bola durante esse período que teve o descanso a separar as jogadas dos dois golos, a formação de Bruno Génésio conseguia uma vantagem confortável contra o líder incontestável da Ligue 1 com oito vitórias noutros tantos encontros e conseguia lançar a magia das novas pérolas do tempo pós-Camavinga como Kamaldeen Sulemana, de apenas 19 anos. Haveria forma de dar a volta?

Kylian Mbappé, que não marcava há cinco jogos, tentou dar o mote para a recuperação, tendo um remate que passou pouco por cima da trave de Gomis, um golo anulado após assistência de Di María por posição irregular no início da jogada e mais um tiro na área que saiu desenquadrado. Lionel Messi aproveitou um livre para voltar a criar perigo. O jogo partia mas tão depressa o PSG parecia estar perto de reduzir como ficava exposto a sofrer um terceiro e decisivo golo perante a forma de jogar do Rennes. Só mesmo do banco poderiam chegar soluções para os muitos problemas encontrados e Pochettino mexeu aos 75′.

Neymar foi um dos sacrificados, a par de Verratti e Gueye, entrando Icardi, Herrera e Wijnaldum (assim é o banco do PSG esta temporada). No entanto, pouco ou nada mudou, a ponto de não ter havido mais chances de golo a não ser um penálti que acabou por ser revertido pelo VAR e que iria favorecer os homens da casa. Depois da vitória na Champions diante do Manchester City, o PSG foi uma sombra que passou pela nona jornada da Ligue 1, perdendo pela primeira vez no Campeonato com uma das piores exibições da época que se seguiu à festa da modelo francesa Cindy Bruna que contou com algumas estrelas da equipa.

A ambição de ganhar o Campeonato sem derrotas esfumou-se e logo no dia em que uma antiga figura do PSG, Edoard Cissé, deixou duras críticas contra Neymar. “No Barcelona integrava um esquema, tinha um jogo mais limpo, embora driblasse mais. A sua função era quebrar a defesa, fazer a diferença e passar a bola ao general Messi. E fez isso tão bem que se tornou o seu alter ego. Em Paris deram-lhe as chaves e deixam-no fazer o que quer. A dada altura perdeu-se. É um ótimo jogador, não há nada a dizer em relação a isso, mas transforma-se numa criança mimada e força tudo”, comentou ao Le Parisien.