O governador do Banco de Portugal considerou esta terça-feira que os bancos centrais devem atuar com “prudência, flexibilidade e firmeza” para ultrapassar a pandemia e destacou a importância da adaptação às alterações climáticas nos PALOP.

“Numa fase de recuperação, mas com incerteza, a atuação e comunicação dos bancos centrais deve pautar-se pela prudência, flexibilidade e firmeza”, disse Mário Centeno durante a intervenção inicial no XXXI Encontro de Lisboa entre os Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa, que decorre esta terça-feira em formato virtual a partir de Lisboa.

“Salvaguardada a estabilidade dos preços, a política monetária deverá continuar a apoiar a recuperação e a estabilidade financeira a médio prazo”, acrescentou o banqueiro central, vincando que “a evolução dos custos de financiamento e a gestão dos riscos de refinanciamento será determinante na retoma das trajetórias de crescimento”.

Para Mário Centeno, as alterações climáticas são particularmente notórias nos países lusófonos, razão pela qual deve ser dada especial atenção a esta “ameaça existencial, nas palavras do secretário-geral das Nações Unidas”.

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Há uma “urgência de atuar”, defendeu, lembrando os “eventos climáticos mais frequentes, extremos e prolongados” que se vivem nos países da lusofonia.

Nas vésperas da reunião da COP 26, Mário Centeno disse ainda que espera novas ações e medidas nessa reunião: “Aguardam-se aí passos significativos para a neutralidade climática, mas também para o mercado global de emissões de carbono ou a canalização para países em desenvolvimento de recursos financeiros para apoiar a sua transição climática”, disse Mário Centeno, concluindo que desse encontro “deverá também sair reforçado o papel do sistema financeiro”.

A pandemia de Covid-19 matou, até esta terça-feira, pelo menos 4.902.638 pessoas em todo o mundo desde o final de dezembro de 2019, segundo um balanço realizado pela agência de notícias francesa AFP com base em fontes oficiais.