Primeiro foi o Reino Unido a aprovar a utilização de emergência do antiviral da Merck em doentes Covid. Horas depois, foi a Agência Europeia do Medicamento (EMA, sigla em inglês) a dar mais um passo nesse sentido. Em conferência de imprensa, anunciou novidades sobre os estudos em curso sobre a eficácia do antiviral molnupiravir e disse estar pronta para assessorar os países que pretendam avançar com o uso de emergência. “Estudos sugerem que este tratamento pode reduzir a habilidade do coronavírus de se multiplicar no corpo, prevenindo, por isso, hospitalizações e mortes em pacientes com Covid-19″, anunciou esta quarta-feira o organismo comunitário na sua conta pessoal do Twitter.

Em conferência de imprensa, Marco Cavaleri, responsável de Produtos Biológicos e da Estratégia Vacinal da EMA, garantiu que o organismo “está preparado para assegurar aos Estados-membros o apoio para que possam conceder este tratamento antes de este receber autorização comercial”. O especialista ressalvou ainda que, nesta altura, vários países europeus estão a registar novos máximos de casos diários desde o início da pandemia.

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“Esta decisão baseia-se em resultados preliminares de estudos clínicos e de laboratório”, destaca Marco Cavaleri.

Mesmo antes de um medicamento obter luz verde da EMA para ser comercializado na União Europeia, os diferentes reguladores de medicamentos — em Portugal, o Infarmed — podem conceder autorizações de utilização excecional.

O medicamento, que pode ser tomado por quem esteja em casa — com sintomas leves a moderados — deve ser tomado durante cinco dias consecutivos, duas vezes por dia. Este é o primeiro antiviral desenvolvido especificamente contra o novo coronavírus, já que o remdesivir, que chegou a ser usado em doentes Covid, foi desenvolvido para o tratamento da ébola e do vírus de Marburg.

Segundo a empresa farmacêutica Merck, este comprimido é capaz de reduzir em 50% a possibilidade de hospitalização ou morte em pacientes com risco de doença grave, através da introdução de erros no código genético do vírus.

Reino Unido autoriza comprimido da Merck para tratar Covid e torna-se o primeiro do mundo a fazê-lo

Esta quarta-feira, o Reino Unido foi o primeiro país que aprovou o antiviral para tratar a Covid-19. O ministro da Saúde britânico descreveu o feito como sendo algo “histórico” e o país já encomendou 480 mil doses do fármaco.

(notícia corrigida às 16:00 de 5 de novembro)