Uli Hoeness, ex-jogador e antigo dirigente, atual presidente honorário do Bayern Munique, continua imponente e incisivo, aos 69 anos, como sempre foi. E se há quem possa falar de futebol na Alemanha, pelo menos a contar apenas o número de títulos, é Hoeness. Fora o que foi conquistando à secretária na equipa bávara, uma breve carreira de futebolista nos anos 70, também no Bayern, interrompida antes dos 30 anos devido a lesões, valeu-lhe três Ligas dos Campeões e três Bundesligas, entre outros. Na seleção, nesse período dourado do futebol germânico, conseguiu ainda um Mundial e um Europeu. Currículo é coisa que Hoeness tem, isso é ponto assente. Concordando-se ou não com o que diz, o alemão tem uma voz que é escutada.

Pelo que não é de estranhar que por estes dias Uli Hoeness volte às notícias por comentários sobre os adversários (e recém endinheirados) Manchester City e PSG. Sem problemas, o alemão não poupou nas palavras em declarações ao podcast 11 Leben, que é sobre a sua vida. Nos comentários, reproduzidos um pouco por toda a imprensa desportiva, Hoeness revelou inclusivamente um certo desdém pelos modelos de negócio de ingleses e parisienses. “O seu dinheiro de m**** [sic] não é suficiente”, rematou sem pudores o antigo jogador alemão. Falando diretamente sobre Nasser al-Khelaifi, o líder do PSG, e se este era uma espécie de novo Uli Hoeness, o germânico foi rápido: “Nem sei se ele gosta de futebol. A diferença entre ele e eu? Trabalhei no duro para ganhar o meu dinheiro e ele recebeu-o de presente, sem trabalhar para isso. Quando quer um jogador vai falar com o seu emir”.

“Até agora são clubes que não ganharam nada [na Europa]. Absolutamente nada. Voltarão a perder contra nós [Bayern Munique]. Não sempre, mas de vez em quando. Este deve ser o nosso objetivo. E quando ganhamos fico muito feliz”, disse Hoeness, não sendo provavelmente inocente o facto de em 2020, na final a oito da Liga dos Campeões disputada em Portugal, os bávaros tenham vencido a equipa da Cidade Luz na final da maior competição de clubes do planeta.

Hoeness diferenciou ainda o modelo económico dos novos ricos relativamente ao que o Bayern usa, por exemplo. “O que está a suceder atualmente em Paris é que a planificação é a um ano. Este não é o meu mundo. Vejo as coisas de um ponto de vista económico. Não ponho o meu dinheiro todo de uma vez para as coisas correrem bem apenas um ano ou dois e depois correr tudo mal”, explicou.

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