771kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

"Está a mentir. Não queria que eu fosse embora e resultou". Treinador defende-se da acusação de violência doméstica de campeã olímpica

Este artigo tem mais de 2 anos

Depois de Margaux Pinot acusar o marido e treinador de a agredir violentamente, Alain Schmitt defendeu-se e garantiu que foi ele a vítima e que a judoca não queria que fosse trabalhar para Israel.

European judo championships - 2nd day
i

A atleta de 27 anos já se sagrou campeã europeia dos 70kg em duas ocasiões

NurPhoto via Getty Images

A atleta de 27 anos já se sagrou campeã europeia dos 70kg em duas ocasiões

NurPhoto via Getty Images

Depois do ainda por explicar caso da agressão a Kheira Hamraoui, jogadora do PSG, o desporto francês está a atravessar um novo episódio de violência: Margaux Pinot, judoca que conquistou a medalha de ouro em Tóquio em equipas mistas, acusou o marido de a ter agredido violentamente no passado fim de semana. A camada adicional? O marido é Alain Schmitt, antigo judoca que é também o treinador da francesa.

A agressão terá acontecido na madrugada de sábado para domingo na casa que o casal partilha em Paris e na sequência de uma discussão. “Fui vítima de uma agressão em minha casa pelo meu companheiro e treinador. Fui insultada, socada, a minha cabeça foi contra o chão várias vezes. Finalmente, fui estrangulada”, escreveu Margaux Pinot nas redes sociais, numa legenda que acompanha uma fotografia onde surge visivelmente magoada, com feridas e hematomas na face.

Segundo o Le Monde, Alain Schmitt foi detido ainda na mesma madrugada, por volta das 2h30, visivelmente embriagado e horas antes de partir para Israel, onde iria assumir o cargo de treinador da seleção feminina de judo do país. A polícia foi alertada pela vizinhança do casal, que acabou por ouvir os gritos de ajuda de Margaux Pinot e acolheu a judoca até as autoridades chegarem. Schmitt, que também tinha hematomas na zona da cara, ficou detido até terça-feira à noite, altura em que foi ouvido, negou todas as acusações de violência doméstica e acabou libertado por falta de prova. Ainda assim, o Ministério Público de Bobigny, a região parisiense onde o casal reside, já recorreu da libertação do treinador.

“Estava a morrer. Tenho vários ferimentos, um nariz fraturado e 10 dias de baixa. A justiça decidiu libertá-lo. Do que vale a defesa de calúnia contra as minhas feridas e o sangue espalhado pelo meu apartamento? Estava a faltar a minha morte? Provavelmente, foi o judo que me salvou”, acrescentou a atleta de 27 anos nas redes sociais. Quando foi ouvido, Alain Schmitt reconheceu que existiu uma altercação física entre os dois mas explicou que se tratou de “um tornado”, com pegas de judo e sem agressões. Para Margaux Pinot, o que se passou “não foi um combate de judo, já que teve socos”.

De rivalidade desportiva a vingança amorosa: como o nome de Abidal foi parar ao caso das agressões a Kheira Hamraoui

Já esta quinta-feira, o treinador deu uma conferência de imprensa onde quis denunciar o “linchamento de que tem sido alvo na comunicação social”. Rodeado pelos advogados, com um olho negro, Schmitt garantiu que Margaux foi a primeira a partir para a agressão física. “Ela atirou-se a mim, agarrou-me pelos colarinhos. Eu recuei e ela atirou-me contra a ombreira da porta, bati com a cabeça. Levantei-me um bocado atordoado, ela agarrou-me e foi aí que ficou tudo uma confusão. Fomos contra as paredes, o radiador, uma porta. Estão a gozar comigo? Claro que ela está a mentir. Porquê? Porque não queria que eu fosse embora. E resultou”, disse o francês, que reafirmou que não agrediu a judoca e que revelou que pediu para fazer uma queixa-crime quando a polícia chegou.

Do lado do judo francês, porém, o apoio é unilateral e coloca-se do lado de Margaux Pinot. “Não tenho palavras para expressar tudo aquilo que está a passar pela minha cabeça e pelo meu corpo, enquanto mulher, depois daquilo que a minha colega sofreu”, referiu Clarisse Agbégnénou, judoca que foi campeã olímpica dos -73kg em Tóquio. Já Teddy Riner, estrela do judo francês que tem cinco medalhas olímpicas e foi oito vezes campeão mundial, mostrou-se “profundamente afetado” pelo episódio. Por fim, a própria Federação Francesa de Judo, no papel da presidente Stéphane Nomis, disse estar “chocada” e não compreender a decisão da libertação de Alain Schmitt.

“Fui insultada, levei socos, estava a morrer. A justiça decidiu libertá-lo”: campeã olímpica de judo relata episódio de violência doméstica

Para além da medalha de ouro conquistada em Tóquio, a judoca foi campeã europeia dos 70kg em 2020 e 2019 e alcançou a prata na mesma competição já este ano, em Lisboa, e em 2017. Entretanto, a Federação Israelita de Judo já anunciou que cortou toda a comunicação com Alain Schmitt, deixando cair a intenção de o contratar para selecionador pelo menos até que o caso esteja devidamente resolvido.

(notícia atualizada às 16h13 com informação sobre a conferência de imprensa de Alain Schmitt)

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver oferta

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.
Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos