A variante Delta continua a ser a variante dominante em todo o país, mantendo a frequência relativa de 100%, mas todos os olhos estão postos na Ómicron, a começar pelos dos peritos da Direção Geral de Saúde e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. São 34 os casos que já passaram pelos laboratórios portugueses e que levaram o selo da nova variante de preocupação. Não quer dizer que não possa haver mais, significa apenas que foram identificados um total de 34 casos, segundo o relatório semanal que monitoriza as linhas vermelhas da pandemia.

No documento frisa-se que, em Portugal, não foi detetado qualquer caso desta variante nas amostragens aleatórias semanais (feitas entre 15 a 21 de novembro), mas recorda-se que a situação epidemiológica da Ómicron encontra-se em evolução e investigação. O documento refere os 30 casos confirmados relacionados com o surto da Belenenses SAD, “dos quais 28 casos foram sequenciados ou são fortemente preditores da variante Ómicron”.

Outros dois ainda aguardam o resultado quanto à identificação da variante.

Para além destes, em Lisboa e Vale do Tejo foi identificado “um caso fortemente preditor da variante Ómicron”, com história de viagem recente à África do Sul. No relatório das linhas vermelhas revela-se que também na região Centro foram identificados, em três situações diferentes, 7 casos confirmados de infeção por SARS-CoV-2 — cinco deles fortemente preditores da variante Ómicron, dois  a aguardar resultados.

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Todos estes casos foram assintomáticos ou apresentaram sintomas ligeiros, sem registo de internamentos ou óbitos.

Metade do número crítico de camas está ocupado

A pressão nos cuidados intensivos está a aumentar, com o número de camas ocupadas por doentes em estados muito grave ou crítico a disparar. A nível nacional, metade do número crítico de camas está ocupado — numa semana subiu de 40% para 50%.

“O número de casos de Covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou uma tendência fortemente crescente, correspondendo a 50% (na semana anterior foi de 40%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas”, lê-se no relatório semanal.

Fonte: DGS e INSA

Entre as crianças até aos 9 anos, incidência continua a subir

É, de novo, a mais alta do país. Se, na semana passada, a taxa de incidência entre as crianças até aos 9 anos teve uma variação de crescimento superior a 50%, esta semana esse valor foi de 32%.

Quer dizer que a pandemia continua a crescer entre os mais jovens, a faixa onde está a maioria da população não vacinada. O valor fixou-se nos 597 casos por 100 mil habitantes, o que corresponde a um indicador de gravidade muito elevada, por estar acima do limiar definido de 240 casos por 100 mil habitantes.

O crescimento não é exclusivo dos mais novos. “Há uma tendência crescente da incidência cumulativa a 14 dias em todos os grupos etários”, lê-se no relatório das linhas vermelhas. Abaixo de valores de gravidade muito elevada só se encontram os maiores de 80 anos. O grupo etário com 65 ou mais anos, por exemplo, teve 253 casos por 100 mil habitantes, com a variação deste indicador a mostrar uma tendência fortemente crescente (menor do que nas crianças).

Algarve com 708 casos por 100 mil habitantes

Ao olhar para a taxa de incidência a 14 dias, a região mais afetada foi a algarvia. No continente, a taxa foi de 386 casos por 100 mil habitantes, enquanto que no Algarve chegou aos 708. Todas as regiões apresentam incidências acima do limiar de 240 casos, lê-se no relatório que frisa que Algarve e o Centro (528) estão acima dos 480 casos por 100 mil habitantes.

O relatório semanal da DGS e do Insa revela ainda que a pandemia está com intensidade elevada e tendência fortemente crescente a nível nacional.

Já a pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são moderados, mas a tendência é crescente.  A taxa de incidência ficou nos 386 casos por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, com tendência fortemente crescente a nível nacional. Já o R(t) apresenta valor igual ou superior a 1 em todas as regiões.

Se o crescimento da pandemia não for alterado, o limiar de 480 casos por 100 mil habitantes pode ser ultrapassado em menos de 15 dias — alerta idêntico àquele que foi feito na semana anterior.