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(Ali)reza só durou meio embate e outros Santos tinham mais "pressa" (a crónica do Sporting-Boavista)

Este artigo tem mais de 2 anos

Lisboetas receberam e venceram axadrezados num encontro em que os visitantes até deram boa conta de si no primeiro tempo. Eficácia dos avançados leoninos acabou por dar liderança provisória (2-0).

Festejo do golo de Nuno Santos durante o jogo entre o Sporting Clube de Portugal e o Boavista Futebol Clube no estádio da Alvalade, a contar para a 14ª jornada da Primeira Liga 2021/22. Lisboa, 11 de Dezembro de 2021. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
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Nuno Santos marcou e assistiu no encontro em que voltou a ser titular na Primeira Liga pela ausência de Paulinho

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Nuno Santos marcou e assistiu no encontro em que voltou a ser titular na Primeira Liga pela ausência de Paulinho

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Na chamada ressaca da Liga dos Campeões e da derrota dos leões frente ao Ajax (4-2), que interrompeu a senda de (12) vitórias consecutivas da equipa lisboeta, Sporting e Boavista protagonizavam na noite deste sábado um clássico do futebol português. O atual campeão nacional e o último clube a conseguir vencer o Campeonato além dos leões, Benfica e FC Porto. Foi na época 2000/2001 (55 anos depois do Belenenses), num mítico conjunto liderado pelo não menos carismático Jaime Pacheco. 20 anos depois, os axadrezados já não andam pelos lugares cimeiros mas o Sporting voltou a agarrar o cetro. O Boavista é sempre um conjunto difícil de bater, e Petit um treinador que revelou ter passado a experiência das botas para a prancheta, mas os números mostram que a dificuldade traduz-se em superação (e depois em normalidade) para os leões.

É que para a Primeira Liga, apenas por uma vez a equipa do Porto venceu no reduto leonino, corria a época de 1975/1976, com o último triunfo em todas as competições a surgir em 1992/1993, 0-1 depois de prolongamento nas meias finais da Taça de Portugal. Em todos os jogos, em todos os locais, desde 2008 que o Boavista não vence os verdes e brancos e, mais uma vez em Alvalade, as panteras tinham perdido os 13 últimos jogos (registou-se um empate em 2002/2003). Os jogadores de Petit, juntamente com o próprio, tentariam deixar o número do azar para trás.

Sem surpresa, formas distintas dos conjuntos: o Sporting com oito vitórias consecutivas na Primeira Liga, incluindo a alcançada na Luz com 3-1 ao Benfica, enquanto o Boavista não vencia há dez jogos para o Campeonato. Petit esteve perto de conseguir vencer na (nova) estreia ao serviço do clube que o viu crescer como jogador (e onde fez parte da tal equipa campeã), mas não conseguiu. Assim, uma das principais tarefas do antigo internacional português era melhorar o registo defensivo do conjunto que, antes de jogados quaisquer jogos desta 14.ª jornada, era com o Famalicão a pior defesa a jogar fora, com 15 golos sofridos.

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O Sporting só perdera um jogo para a Primeira Liga nos últimos 47 e Rúben Amorim continua sem derrotas para o Campeonato a jogar em casa (Sp. Braga e Sporting) em 34 jogos. Este números parece que teimam em crescer sempre que a bola rola em Alvalade e restava saber se esta noite teríamos “Boavistão”, uma melhor versão de uma equipa que tem apenas duas vitórias na Primeira Liga, a última em setembro. Mas, lá está, havia ainda a ressaca da derrota no campo do Ajax (4-2), em que Rúben Amorim aproveitou para rodar a equipa e lançar jovens, com um resultado a ser a dada altura pesado e/ou baseado em erros que custam golos adversários. Então, era preciso mudar o chip, certo, Rúben Amorim? “Mais do que mudar o chip, porque a equipa já está habituada a essas mudanças, o importante é aquilo que vai ser o jogo. Jogámos na Luz com muito espaço para fazer transições, tivemos muito espaço para jogar no último terço do adversário. Com o Ajax a mesma coisa, tivemos situações de 3×2 e 4×3 e não soubemos aproveitar”.

Após essa derrota nos Países Baixos, nada melhor do que vencer frente a uma “casa cheia”, conforme Amorim indicou, e ainda com o ponto talvez mais importante: há um jogo que o Sporting não ganha; há dias, aliás. “Perdemos o último jogo e já não ganhamos há um jogo. Temos muita pressa de vencer porque o estádio costuma estar cheio, não só porque ganhamos, mas pela forma com encaramos os jogos. Temos de manter isso, temos essa urgência e é um jogo muito importante para nós”, referiu, comentando ainda o que Petit pode fazer para atrapalhar os objetivos leoninos: “É um treinador que nos dá sempre problemas, trabalha no mesmo sistema, sabe bem o que fazer para contrariar a nossa equipa e conhece bem os nossos movimentos, mas nós também conhecemos a ideia do mister Petit”.

“Este jogo vai ser diferente, com um jogo de ataque posicional e os jogadores têm de perceber isso. Não vou ter tanto espaço, os jogadores vão ter de ter mais calma com a bola e perceber os momentos do jogo. Temos de rodar a bola muito rápida. É mais esse chip. Temos de pressionar mais alto, não podemos deixar a bola correr. Vamos ter de mudar, tivemos dois jogos completamente diferentes“, frisou.

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É importante o campo, a bola, a relva, mas os intervenientes e a sua saúde atropelam qualquer outra preocupação e é importante relembrar que o avançado Paulinho estava de fora por ter contraído Covid-19, tendo Rúben Amorim deixado no ar a hipótese do comandante Coates voltar, após recuperar do mesmo vírus: “Se [Coates] chegar aqui amanhã [sábado] e me disser que está pronto para jogar, eu conheço-o bem e ele sabe dizer-me se consegue. Não temos muitas opções e o Seba é mais do que um jogador para nós. Pela indicação que tenho, amanhã tem alta e será mais uma opção para o próximo jogo”. Sobre Paulinho e o que ainda pode acontecer, destacara que “já sabia que ia ser assim, porque o inverno chega e vai acontecer a todas as equipas”. “O Paulinho é o único [que não podia jogar], mas também já não podia jogar [por ter de cumprir castigo]. É viver isto dia a dia, sabendo que toda a gente está preparada para ir a jogo. Isso é uma grande salvaguarda para o treinador”, garantira.

E, afinal, Coates terá mesmo dito que estava “pronto para jogar”, porque estando disponível, foi imediatamente a jogo esta noite, notando-se, além da normal capacidade defensiva do uruguaio, a manutenção da capacidade do passe longo, que desmarcou algumas vezes colegas na frente. E sem Paulinho, Nuno Santos entrou para o trio da frente e empurrou Sarabia para uma espécie de falso 9. Mas se Coates foi titular estando disponível, o destaque nas opções de Rúben Amorim vai mesmo para Nazinho, que depois de bons 20 minutos nos Países Baixos, frente ao Ajax, acabou mesmo por ir a jogo de início, numa estreia. Tímida durante algum tempo, mas depois com alguns bons lances no final da primeira parte.

Mas esta é apenas parte da história – e só do lado do Sporting – de um encontro que chegou ao intervalo sem golos. Podia ter sido um aborrecimento em Alvalade, com um Boavista do pontinho bem lá atrás, mas se pontuar era sem dúvida um excelente resultado para a equipa de Petit, a verdade é que os axadrezados bem tentaram explorar os espaços leoninos. Em demasia, por vezes, tentou sair a jogar a partir de trás até, com Petit a ter alguns sustos quando o guarda-redes Alireza, que esteve em destaque nos primeiros 45′ (pelas defesas e não só…), insistir em jogar curto quando os leões, como sempre, pressionavam muito.

O Boavista queria chegar à baliza de Adán e conseguiu mesmo colocar Gorré na frente do espanhol, após excelente passe de Sauer. Estavam decorridos 8′ e era uma resposta ao que tinha acontecido apenas um minuto antes, quando Coates (quem mais?) nas alturas, obrigou Alireza a ir ao chão e defender com qualidade. O mesmo Alireza que foi obrigado a sair dos postes algumas vezes e também a excelentes defesas (21′ e 30′).

O iraniano viu ainda alguns remates passarem ao lado da baliza, principalmente um de Pote aos 26′, e o Sporting foi crescendo, conseguindo até colocar a bola na baliza do Boavista. Numa jogada em que Matheus Nunes teve de ir à esquerda para se soltar, porque Petit quis fechar sempre o meio e o internacional português não estava a conseguir desequilibrar como é habitual. Matheus cruzou para a área, Porro rematou para o golo, mas Nunes estava fora de jogo quando recebeu a bola. Inicialmente o árbitro Nuno Almeida deu golo, mas terá sido alertado pelo videoárbitro Vítor Ferreira, sendo assim descortinada a ilegalidade do lance (42′). Tudo para o descanso sem golos, mas com oportunidades claras para serem feitos.

E mal o árbitro apitou notou-se imediatamente que Alireza não tinha estado a perder tempo quando caia e era assobiado por Alvalade, porque foi mesmo substituído ao intervalo pelo muito experiente Bracali (40 anos). Do outro lado, Rúben Amorim colocou Ricardo Esgaio no lugar de Pedro Porro.

Os primeiros dez minutos de jogo foram muito cinzentos de ambos os lados, ou seja, o futebol praticado, mesmo pelo Sporting, não estava a ser convincente. Mas há coisas que se convencem de outra forma e quando Nuno Santos apareceu desmarcado pela esquerda e centrou rasteiro para o centro da área, Alvalade ficou em suspenso. Javi Garcia, o ex-Benfica, e Porozo não conseguiram cortar e a bola chegou aos pés de Sarabia. E, ali, o espanhol não facilita, marcando pelo terceiro jogo consecutivo (55′).

Jogo cinzento, certo? Pois bem, o Sporting tratou de fazer o 2-0 logo cinco minutos depois, deixando o Boavista com uma hora para ir atrás do jogo, o que parecia desde logo muito complicado. O segundo remate certeiro do Sporting adveio de um lance entre os três que compuseram esta noite a frente de ataque. Pedro Gonçalves solta em Sarabia na direita, o espanhol vê Nuno Santos sozinho e cruza rasteiro, com o português a fazer golo com muita qualidade de pé esquerdo. No entanto, o lance foi novamente ao VAR e acabou por ser validado… por um centímetro. Uma daquelas jogadas para serem discutidas durante a semana.

Até ao final do jogo, fica na retina um falhanço de Pedro Gonçalves, que tanto golo já marcou e de tantas formas diferentes que de baliza aberta atirou ao lado. Numa jogada em que Matheus (que se soltou mais) descobriu de trivela Sarabia, o espanhol não foi egoísta e serviu o português, que tinha a obrigação de fazer golo. Não fez, foi substituído pouco depois com cara de “como é que falhei isto” e o jogo acabaria por chegar ao fim. O Boavista começou bem o jogo, mas deixou de conseguir lances de remate muito cedo, até porque marcar golos ao Sporting é muito, muito complicado. O mesmo Sporting que, assim, é líder isolado, pelo menos até ver o que o FC Porto pode fazer amanhã frente ao Sp. Braga.

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