Uma espiral de morte, terra e seca – tudo menos água — é o retrato de um país demonstrado na fotografia de seis carcaças de girafas que morreram no Quénia por falta de água.

A foto foi tirada pelo fotojornalista Ed Ram para a Getty Images, e remete para a atual situação de crise climática que o Quénia enfrenta, com a escassez de água a ser cada vez mais impactante, tanto para a fauna como para a flora daquele país.

Segundo a Getty, citada pelo The Guardian, as girafas morreram após ficarem presas na lama, quando tentavam chegar até um reservatório de água, também este quase seco.

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O local onde a foto foi tirada não é o mesmo local onde os animais morreram. As suas carcaças foram movidas para as redondezas de Eyrib, uma vila no condado de Wajir, pelos seus habitantes. Os corpos tiveram de ser retirados do reservatório para não contaminar a pouca água ainda disponível.

O The Star estima que cerca de quatro mil girafas possam morrer em consequência da seca no país. Mas não são apenas os animais a sentir o impacto da seca severa.

Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas, o  Quénia registou em outubro deste ano a taxa de precipitação mais baixa desde 1981, o que tem resultado na perda tanto de produções agrícolas como de gado, deixando cerca de 2,9 milhões de pessoas em necessidade de ajuda humanitária.

Perante a falta de alimentos e de rendimento com a destruição das colheitas e dos animais de pecuária, muitas famílias têm recorrido a medidas extremas para lidar com a sua situação precária.

O relatório da ONU aponta casos de crianças que são forçadas a casar como forma de subsistência para as suas famílias, e de crianças sujeitas a abandonar a escola para trabalhar, ou a ter de percorrer longas distâncias no meio da savana na procura de água.