Donald Trump foi assobiado por apoiantes esta segunda-feira em Dallas, quando revelou já ter recebido a dose de reforço de vacinas contra a Covid-19.

O antigo presidente dos Estados Unidos da América participava na última sessão de um programa de entrevistas itinerantes pelo país feito com Bill O’Reilly, antigo apresentador da estação Fox News. O programa teve o nome de “The History Tour” e o último episódio foi uma conversa ao vivo e com público na arena American Airlines Center.

Questionado por Bill O’Reilly se já tinha recebido “a dose de reforço”, Trump respondeu que “sim”. A resposta mereceu apupos dos apoiantes, que motivaram uma reação de Trump. O antecessor de Joe Biden pediu que os assobios travassem e lembrou que foi durante a sua presidência que as vacinas contra a Covid-19 foram produzidas e começaram a ser distribuídas nos EUA:

Conseguimos que fosse feita uma vacina”, afirmou, alertando os apoiantes de que “estavam a jogar o jogo” dos adversários e de que embora defendesse que a vacina não deve ser obrigatória, tem “crédito” no trabalho feito.

Em agosto deste ano, Donald Trump já tinha sido vaiado por apoiantes por defender a vacinação contra a Covid-19. Nessa altura, o então presidente dos EUA falava num comício em Cullman, estado do Alabama, e fora assobiado por dizer: “Acredito completamente nas vossas liberdades. Têm de fazer o que têm de fazer. Mas recomendo que tomem a vacina. Eu fi-lo, é bom, tomem a vacina”.

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Nesse momento, a reação aos apupos fora a seguinte: “Está tudo bem, vocês têm as vossas liberdades. Mas eu, por acaso, tomei a vacina. Se não funcionar, serão os primeiros a saber. Eu telefono para o Alabama. Mas está a funcionar! Vocês têm as vossas liberdades, têm de as manter e têm de voltar a pôr os vossos filhos na escola”.

Em dezembro de este ano foi divulgado um estudo (pela National Public Radio, a estação de rádio pública dos EUA) que concluía que os cidadãos norte-americanos que vivem em municípios onde Donald Trump teve melhores resultados eleitorais nas presidenciais de 2020 têm uma probabilidade de morrer de Covid-19 cerca de três vezes maior do que aqueles que vivem em lugares onde o atual Presidente, Joe Biden, teve maior força eleitoral. Tal sugere uma adesão menor à vacina entre o eleitorado republicano e pró-Trump.

Nos municípios onde o ex-presidente teve 60% dos votos ou mais, a taxa de mortalidade foi, em média, 2,78 vezes a dos municípios onde Joe Biden teve 60% dos votos ou mais, concluíam os investigadores. Em municípios onde a votação em Trump foi ainda mais expressiva, registaram-se taxas de mortalidade ainda maiores. De acordo com o estudo, esta tendência mantinha-se mesmo quando da equação era retirado o fator idade da população.