O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo admite que pode assumir um cargo político se entrar na reserva antecipada: “Se passar à reserva tenho essa liberdade. Não enquanto militar”, apontou o antigo coordenador da task force para a vacinação contra a Covid-19 em entrevista ao Expresso.

Ponho como hipótese qualquer participação na sociedade, não significa que o queira fazer. Não vou tirar a hipótese de participar na sociedade seja de que forma for”, prosseguiu.

Gouveia e Melo como candidato a Presidente? “Futuro a Deus pertence e muita coisa pode acontecer”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Henrique Gouveia e Melo critica um “pressuposto preconceituoso” de que os militares não podem assumir cargos políticos quando terminam a carreira — algo que o vice-almirante associa a uma “democracia coxa com medo do passado”. 

O militar esclarece que não lhe “apetece nada” ser Presidente da República, mas recusa impor “limitações que possam criar uma ideia de impossibilidade e que menorizam a democracia e os militares com preconceitos do passado“, disse ele na entrevista ao Expresso.

E também não descarta a possibilidade de ser ministro do Mar, embora recuse completamente a possibilidade de integrar um partido — só admite “criar um movimento de cidadania ligado a uma área qualquer”. “Temos um contributo algures no sistema. O contributo pode ser mais pequeno ou maior”, refletiu Gouveia e Melo, ressalvando que não se está a predispor a integrar um Governo. Mas “é uma reflexão que teria de fazer”.

Gouveia e Melo deverá ser o próximo chefe do Estado-Maior da Armada

O nome de Henrique Gouveia e Melo está a ser apontado para assumir esta quinta-feira o cargo de Chefe de Estado-Maior da Armada. Ao Expresso, o militar admite que é um “objetivo importante” para si e que teria como projeto tornar a Marinha “um dos catalisadores de um novo posicionamento de Portugal para o mar no século XXI”.