O Irão começou a indemnizar algumas das famílias das vítimas da queda do avião ucraniano abatido “por engano” sobre Teerão há dois anos, com 176 pessoas a bordo, informou esta sexta-feira o Ministério de Negócios Estrangeiros.

“O Ministério dos Transportes efetuou pagamentos a várias famílias (das vítimas), de acordo com os regulamentos em vigor”, afirmou a diplomacia iraniana, numa nota divulgada por ocasião do segundo aniversário da tragédia.

O subchefe da Aviação Civil iraniana, Arash Khodai, disse que “foi paga a quantia de 150 mil dólares (cerca de 130 mil euros)” a algumas famílias e que “já foi lançado o processo para outras famílias”, explicando que estas compensações não impedem os familiares das vítimas de levar o caso aos tribunais.

Em 8 de janeiro de 2020, as Forças Armadas iranianas derrubaram o Boeing que operava o voo PS752 da Linhas Internacionais Iranianas, entre Teerão e Kiev, matando 176 pessoas, a maioria iranianos e canadianos, muitos deles com dupla nacionalidade.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As autoridades iranianas demoraram três dias até admitirem que tinham abatido a aeronave “por engano”.

Em 2020, o Irão disse que iria pagar 150 mil dólares (cerca de 130 mil euros) “a cada uma das famílias das vítimas do acidente”.

Este anúncio foi fortemente criticado, em particular por Kiev e pelo então chefe da diplomacia canadiana, François-Philippe Champagne.

Na segunda-feira, no Canadá, o tribunal superior de Ontário anunciou que tinha concedido a seis famílias 107 milhões de dólares canadianos (74 milhões de euros) como indemnização, mais juros.

A autoridade judicial iraniana anunciou, em novembro passado, o início do julgamento de 10 soldados “de diferentes patentes” implicados no caso.

Na noite da tragédia, as defesas aéreas do Irão estavam em alerta máximo.

A República Islâmica acabara de atacar uma base usada pelos militares dos EUA no Iraque, em resposta à eliminação – cinco dias antes, num ataque norte-americano em Bagdade – do general Qassem Soleimani, quando Teerão esperava uma resposta de Washington.