As reuniões privadas da Câmara Municipal do Porto vão ser fechadas aos órgãos de comunicação social, revelou esta segunda-feira a autarquia, que justificou a decisão com um parecer solicitado à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte).

No parecer, a que a Lusa teve segunda-feira acesso, a CCDR-Norte afirma que “não se tratando, nesse caso, de local aberto ao público nem, à partida de local acessível à generalidade da comunicação social, resta então concluir que não assiste aos jornalistas a possibilidade de poderem presenciar as reuniões reservadas da Câmara municipal para recolha de informação“.

Em 25 de outubro, no decorrer da discussão sobre o regimento e a proposta de transmissão em direto das reuniões da Câmara do Porto, o presidente da autarquia, Rui Moreira, anuiu a um pedido do vereador do BE, Sérgio Aires, para estudar, entre outras matérias, a transmissão em direto das reuniões, anunciando que o município iria pedir um parecer à CCDR-Norte, entidade que tem competências nesta matéria.

O regimento e a proposta de transmissão em direto das reuniões da Câmara do Porto foram aprovados a 8 novembro de 2021, com a abstenção da CDU e do BE.

No documento, a CCDR-Norte afirma que, devido à sua própria natureza, nas reuniões privadas da câmara municipal “não há lugar à presença do público”.

“Nelas estando presentes apenas os eleitos locais que integram o órgão e, eventualmente, os trabalhadores da autarquia, no exercício de funções ao funcionamento do órgão do executivo”, acrescenta.

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As reuniões privadas da Câmara do Porto foram, ao longo dos últimos dois mandatos do independente Rui Moreira, acessíveis à comunicação social, tornando-se agora, face ao parecer da CCDR-Norte, inacessíveis, decisão que foi esta segunda-feira comunicada pelo autarca independente, na 6.ª reunião privada do executivo.

Na sessão, a proposta apresentada pelo PS para homenagear o treinador José Maria Pedroto com a instalação de um “busto ou outro elemento de arte urbana” num lugar de destaque da cidade foi aprovada por unanimidade.

Já a proposta do BE para que a Câmara do Porto crie o Plano Municipal para Integração de Migrantes foi recusada com os votos favoráveis da CDU, com a abstenção do PS e votos contra do movimento do independente Rui Moreira, do PSD e da vereadora independente.

Também a proposta do BE para que a Câmara manifeste solidariedade para com a luta dos trabalhadores da Casa da Música e repudie atos de “represália” foi recusada, com os votos favoráveis da CDU e BE, a abstenção do PS, PSD e da vereadora independente e o voto contra do movimento de Rui Moreira.