O Vaticano reiterou, esta quinta-feira, o seu “sentimento de vergonha e remorso” pela violência sexual cometida por clérigos contra menores, numa reação à publicação de um relatório independente que põe em causa o Papa emérito Bento XVI.

“Ao reiterar o seu sentimento de vergonha e remorso pela violência contra menores cometidos por clérigos, a Santa Sé manifesta a todas as vítimas a sua proximidade e confirma o caminho que tomou para proteger os mais novos, garantindo-lhes um ambiente seguro”, disse, aos jornalistas, Matteo Bruni, diretor da sala de imprensa do Vaticano.

“A Santa Sé considera necessário dar toda a atenção necessária ao documento, cujo conteúdo ainda não conhece. Nos próximos dias, após a sua publicação, vai poder tomar nota e estudar corretamente os detalhes”, disse.

Bento XVI sabia e não fez nada em casos de pedofilia de Munique, conclui investigação

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O Papa emérito Bento XVI, que deixou o cargo em 2013, foi severamente questionado neste relatório independente apresentado na Alemanha sobre agressões sexuais contra menores na arquidiocese de Munique e Freising, que liderou enquanto cardeal entre 1977 e 1982.

De acordo com os responsáveis pelo relatório, encomendado pela Igreja, o então cardeal Joseph Ratzinger nada fez para afastar quatro clérigos suspeitos de abuso sexual de menores.

Denunciam também encobrimentos sistemáticos de casos de violência contra menores entre 1945 e 2019 com o intuito de “proteger a instituição da Igreja”.

Agora com 94 anos, o Papa emérito Bento XVI, que vive reformado num mosteiro no Vaticano, refutou “contundentemente” responsabilidade, num comunicado transmitido aos advogados e referido no relatório.