Em reação à notícia da absolvição de Rui Moreira no caso Selminho, Francisco Rodrigues dos Santos (que apoiou a candidatura do autarca ao Porto) disse estar “feliz” com a decisão, que vem repor a “honorabilidade e reputação” de Moreira.

“Estou feliz e encarei a notícia sem surpresa nenhuma. Como todo o país sabe, e o Porto em particular, Rui Moreira é um político credível, sério, idóneo, que coloca sempre o interesse do Porto acima de qualquer outra circunstância da sua vida pessoal ou política”, começou por dizer, acrescentando que interpretou a decisão “como uma reposição da justiça num processo que foi algo conturbado e que prejudicou o autarca Rui Moreira durante a campanha autárquica uma vez que foi dos assuntos mais tratados na altura”.

O líder do CDS está “satisfeito” por notar que o desfecho foi o que estava “à espera”. “Fico feliz por o meu amigo Rui Moreira” ter “deixado este assunto definitivamente arrumado e reposta a sua honorabilidade e reputação que é para todos nós acima de qualquer suspeita”, concluiu.

A caravana dos democratas-cristãos está esta sexta-feira no distrito do Porto, cuja cabeça de lista pelo partido é a advogada Filipa Correia Pinto (na última legislatura, foi Cecília Meireles, que entretanto já anunciou a saída do Parlamento).

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CDS garante ter uma mão cheia para as empresas e não quer alterações à lei laboral

Depois de uma passagem pelo mercado do Bolhão, Francisco Rodrigues dos Santos foi recebido pelo presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto, António Fonseca, que foi candidato pelo Chega à câmara do Porto em setembro (devido ao mau resultado, acabou por sair do partido). O líder do CDS recusa que haja aqui uma “leitura política” e assegura que tudo se tratou de uma reunião focada nos problemas do setor dos bares e discotecas, fortemente afetado pela pandemia.

O centrista defende um “choque fiscal” para as empresas, com uma “diminuição de impostos para que os nossos empresários possam ser libertados deste esmagamento fiscal a que têm sido sujeitos através da governação do PS”. Além da redução do IRC para 15%, o partido advoga a eliminação da derrama estadual, uma isenção de IRC para todas as empresa que reinvistam a totalidade dos seus lucros, a eliminação das tributações autónomas e a renegociação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para “triplicar as verbas afetas à iniciativa privada”, com o objetivo de atrair a captação de investimento estrangeiro.

A associação de António Fonseca propôs ao Governo que assumisse o pagamento integral das rendas vencidas para evitar a falência das empresas de animação noturna. Rodrigues dos Santos, por sua vez, defende a criação de linhas de financiamento a fundo perdido para que as empresas possam “colmatar as perdas que tiveram” durante a pandemia.

Já questionada sobre a reivindicação dos partidos de esquerda sobre a reposição para o pré-troika das compensações por despedimento e dos valores pagos pelas horas extraordinárias, Francisco Rodrigues dos Santos diz que se trata de uma “agenda da esquerda” e que o país não deve “reverter o caminho de flexibilidade laboral que é seguido pelos países mais desenvolvidos, que diminua a rigidez e segmentação no mercado de trabalho”.

O partido tem outras “prioridades” do que mexer nessa legislação laboral. Prefere mexidas na tributação dos rendimentos do trabalho, com a redução das taxas e escalões de IRS. Mas também defende que “o trabalho suplementar devia estar completamente isento de impostos”.

“Nesta altura temos de olhar apara o futuro e colocar prioridades em cima da mesa. [A reposição das compensações por despedimento e pelas horas extra] é uma agenda que a esquerda colocará em cima da mesa e na altura própria iremos discuti-la”, adiantou, ao Observador.