Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, escolheu Catarina Santos Cunha, antiga vereadora do PS com o estatuto de independente desde novembro, para integrar o executivo autárquico, garantindo assim uma maioria que tinha perdido nas últimas autárquicas. Cristina Pimentel, até aqui vereadora com o pelouro dos Transportes, vai para a direção da STCP (Serviços dos Transportes Coletivos do Porto), e Fernando Paulo, antigo vereador da Habitação, vai ser repescado.

“A notícia mais importante é que o Porto volta a ter um o executivo municipal com uma maioria. Era uma questão da governabilidade da cidade que fica assim reforçada com a entrada da vereadora independente [Catarina Santos Cunha], que passa a fazer parte da nossa equipa com pelouro”, começou por dizer aos jornalistas.

Com esta mudança, também o antigo vereador da Habitação, Fernando Paulo, que não foi eleito nas eleições autárquicas, integrará a equipa, mas ainda sem uma área de ação atribuída. Nos próximos dias anunciaremos a redistribuição de pastas no executivo municipal”, revelou Rui Moreira, acrescentando que o acordo o acordo governativo celebrado em outubro com PSD é para manter.

Isto não põe em causa o acordo que temos com o PSD, que tem corrido muito bem. O acordo está relacionado com determinadas garantias que nós demos ao PSD, em função de exigências que nos foram colocadas com base no que era o seu programa eleitoral, e que temos cumprido. Essa matéria não está em risco nem posta em causa”, assegurou.

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Porto. Rui Moreira e PSD chegam a acordo de governação para futuro mandato

Questionado sobre a possibilidade de atribuir pelouros a um dos dois vereadores eleitos pelo PSD, Moreira reforça que o partido é oposição. “O PSD sempre afirmou que era oposição e continua a afirmar que é oposição. Uma coisa é termos um acordo de incidência parlamentar que foi celebrado com o PSD, que nós iremos cumprir e sabemos que eles também, outra coisa é ter uma oposição dentro da vereação, são coisas diferentes”, esclareceu.

O autarca do Porto recusou ainda a tese de mau ambiente na autarquia. “Não posso avaliar o mal-estar dos outros, da nossa parte só posso assumir bem-estar. É mais confortável passar a ter uma maioria no executivo do que não a ter, mas terá que perguntar a quem tem mau estar, nós não somos certamente.”

Em declarações à agência Lusa, Miguel Seabra, presidente da concelhia PSD/Porto, afirma ver “com surpresa a nomeação da socialista”, acrescenta que a comissão da concelhia irá reunir ainda esta semana e depois prestará mais declarações. O Observador sabe que a reunião tem caráter de urgência, servirá para avaliar o acordo governativo com Rui Moreira, e que há tensão no PSD.