A Rússia reforçou ainda mais a sua posição militar na fronteira com a Ucrânia no fim de semana, informou esta segunda-feira o porta-voz do Pentágono, apesar do anúncio de Moscovo de que parte das manobras militares estão a terminar.

O porta-voz do Departamento de Defesa norte-americano, John Kirby, acrescentou que o Presidente russo “tem amplas capacidades à sua disposição”, explicando que Vladimir Putin “continua a enviar forças adicionais ao longo da fronteira com a Ucrânia, inclusivamente no fim de semana”, admitindo que haja bem mais de 100.000 soldados russos na região.

“Não é apenas uma questão de números. São as capacidades de armamento (…) que vão desde veículos blindados a unidades de infantaria, passando por forças especiais, os ciberataques ou mesmo defesa aérea e antimísseis”, disse Kirby.

Por sua vez, a Ucrânia não acredita numa invasão no decorrer desta semana. Segundo o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa do país, Oleksiy Danílov, as autoridades ucranianas estão “plenamente conscientes” do que está a passar, bem como dos “riscos”.

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No entanto, de acordo com o mesmo responsável, a “situação está completamente sob controlo”. “Não vemos atualmente que possa haver uma invasão a grande escala da Federação Russa no dia 16 ou 17”, afirmou, reforçando: “Não vemos [isso a acontecer]”.

Estas declarações de Oleksiy Danílov coincidem com as do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, que considerou possível uma solução diplomática para a crise na Ucrânia, propondo mesmo “prolongar e ampliar” o diálogo, dando um sinal de maior abertura.

Contudo, o porta-voz do Pentágono reafirmou que Putin mantém intactas todas as capacidades para lançar “a qualquer momento” uma “grande ofensiva militar convencional na Ucrânia”, ou mesmo um ataque menor, para desestabilizar o país.