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De DJ a atleta olímpico: o primeiro jamaicano no Esqui Alpino dos Jogos Olímpicos de Inverno

Este artigo tem mais de 2 anos

Este domingo, dia 13, foi feita novamente História para o país das Caraíbas, com a estreia de um atleta jamaicano -- Benjamin Alexander -- na prova de Esqui Alpino.

O esquiador jamaicano Benjamin Alexander
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Benjamin Alexander, agora com 38 anos, cresceu em Nosthamptonshire, no Reino Unido. O pai é jamaicano e a mãe é britânica

Getty Images

Benjamin Alexander, agora com 38 anos, cresceu em Nosthamptonshire, no Reino Unido. O pai é jamaicano e a mãe é britânica

Getty Images

Os Jogos Olímpicos de Inverno e a Jamaica. Um país e um torneio rei de desporto de Inverno que, não parecendo duas coisas facilmente associáveis, têm cada vez mais História em conjunto.

Este domingo, dia 13, foi feita novamente história para o país das Caraíbas, com a estreia de um atleta jamaicano — Benjamin Alexander — na prova de Esqui Alpino, conta o The Guardian.

O atleta atingiu o seu objetivo nas provas disputadas em Pequim para os Jogos de Inverno de 2022:  terminou em 46.º de entre os 46 atletas que conseguiram atingir a meta da corrida. Isto porque, de entre os esquiadores que iam disputar o Slalom Gigante, a prova rainha do Esqui Alpino, 41 não conseguiram terminar a corrida devido às más condições meteorológicas.

De DJ a atleta nacional de Esqui Alpino

Benjamin Alexander, de 38 anos, cresceu em Nosthamptonshire, no Reino Unido. O pai é jamaicano e a mãe é britânica. Embora o atleta tenha participado este domingo nos Jogos Olímpicos de Inverno, o seu primeiro contacto com esqui só aconteceu em 2015, quando tinha 32 anos, e mesmo nessa altura Benjamin não deslizou em cima de nenhum esqui.

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Benjamin Alexander era DJ, e tinha inclusive participado em festivais como o Burning Man, nos Estados Unidos da América. Em 2015, foi convidado a atuar no Canadá e acabou por ir a um almoço de amigos que se realizou numa montanha.

Nunca tinha esquiado antes”, explicou Benjamin Alexander à CNN.”Eles transportaram-nos em helicópteros até ao topo da montanha para nos encontrarmos com esquiadores e almoçar. Nunca tinha experienciado nada assim, fiquei completamente maravilhado com o ambiente.”

Para o DJ, a maior surpresa do almoço, contudo, veio depois. No fim da refeição, os amigos de Benjamin colocaram-se em cima dos esquis e “desapareceram”, o que fascinou o DJ.

Benjamin Alexander, o primeiro esquiador pela Jamaica

O esquiador jamaicano Benjamin Alexander

dpa/picture alliance via Getty I

Em fevereiro de 2016, Benjamin frequentou a sua primeira lição, mas o objetivo inicial, segundo o atleta, era apenas tornar-se bom o suficiente para poder acompanhar os amigos nas incursões de esqui.

“Quando me tornei bom o suficiente para os acompanhar socialmente, e enquanto o único negro no grupo e com ascendência jamaicana, as pessoas aproveitavam para fazer piadas sobre o ‘Coool Runnings'”, um filme de 1993 que retrata a história real da primeira equipa jamaicana a participar, em 1988, nos Jogos Olímpicos de Inverno, na prova de bobsled.

Em 2018, Benjamin viajou até à Coreia do Sul, mas apenas enquanto espectador dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, e foi aí que surgiu a primeira interrogação: seria possível competir um dia?

Uma das coisas em que reparei, além de ter desfrutado do espírito dos Jogos Olímpicos, é que havia apenas três atletas da Jamaica a participar. […] E foi aí que se formou uma ideia na minha cabeça: vamos ver se é possível. Pensei que o resultado mais provável fosse a morte ou pelo menos uma lesão grave”, contou o atleta à CNN.

A escalada da montanha em direção aos Jogos Olímpicos

Depois da vista à Coreia do Sul, Benjamin Alexander marcou uma viagem de um mês ao Canadá exclusivamente para esquiar, e foi aqui que conheceu o antigo esquiador norte-amerciano Gordon Gray.

Vou ser honesto contigo. A tua técnica é absolutamente atroz, a pior que já vi”, foi assim que Gordon Gray abordou o DJ.

Depois de esquiarem juntos, o norte-americano considerou que o jamaicano era “absolutamente destemido”, e que portanto, com o devido treino, o sonho dos Jogos Olímpicos de Inverno poderia, eventualmente, ser alcançado.

Benjamin Alexander na cerimónia de inauguração dos Jogos Olímpicos de Pequim

Benjamin Alexander, à direita na foto, a segurar na bandeira jamaicana, em conjunto com a atleta Jazmine Fenlator-Victorian, durante a Cerimónia de Inauguração dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim

Getty Images

Durante o primeiro confinamento em consequência da Covid-19, Benjamin teve de subir as montanhas a pé, uma vez que os teleféricos que levam os esquiadores até ao topo estavam parados, para poder treinar.

Eu basicamente fiz 100 dias de esqui em caminhadas de fundo e escalei o equivalente a 10 Montes Evereste com os esquis às costas e as botas de esqui nos pés.”

Dudley Stokes, um dos membros da primeira equipa jamaicana de Bobsled, tornou-se igualmente num dos mentores de Benjamin Alexander, que quer tornar-se ele mesmo um exemplo e um guia das próximas gerações de atletas jamaicanos dos Jogos Olímpicos de Inverno.

Em janeiro de 2022, Benjamin Alexander conseguiu finalmente apurar-se na qualificação para os Jogos Olímpicos e este domingo estreou-se, terminando a prova com três minutos e 18,52 segundos — muito depois dos atletas que conseguiram completar a prova. Completou a etapa um minuto e 10 segundos depois do medalhista de ouro, o esquiador suíço Marco Odernatt.

“Eu estive melhor que alguns dos melhores do mundo, eles caíram, e isso é um facto. Não havia nenhuma intenção de tentar vir até aqui e ser competitivo“, contou Benjamin, segundo o The Times.

“Não consegues acompanhar alguém que faz algo há 20 anos se apenas começaste a fazê-lo há dois anos”, afirmou. “Estou apenas feliz por ter chegado à linha final.”

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